Preciso de uma cronica falando sobre suicidio para amanhã 16-05
Dou 30 pts por favar me ajudem!!!!
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ChiquitaNathy
Descobriu que, depois da terceira cartela de remédios tarja preta mandada para dentro do estômago, os sentidos iam se perdendo aos poucos, esvaecendo sem deixar um aviso prévio ou algo do tipo. Então, permaneceu deitado em sua cama, olhando para o teto do quarto como se quisesse uma resposta a algo que se esquecera de perguntar. A primeira coisa que lhe faltou foi a visão. Borrões e flashes de luz passaram rápidos poucos segundos antes da penumbra total tomar conta do ambiente. Guitarra, cômoda e TV agora eram lembranças fixas em seus devidos lugares. Pensou como seria legal tocar uma ultima canção, no entanto reparou que um silêncio cadavérico tomava conta do quarto. Não ouvia absolutamente nada. Nem TV ligada, nem os cupins no guarda-roupa, nada. Tornou-se surdo e mudo, não fosse o ruído do seu coração bombeando sangue que se ouvia de dentro pra fora. Surdo e mudo em um quarto onde antes existia muita vida e amor. Balbuciou algumas palavras em vão, já que não se podia ouvir nada e, se pudesse, depois de tanto veneno, bem provável que sua língua e voz já estivessem igualmente inúteis. Tornou-se um cadáver lúcido, deitado ali, quase nu, tanto de roupas quanto de orgulho. Antes que seus pés e mãos tornassem inválidos de vez, tateou a cabeceira até encontrar a duas últimas cartelas. A última refeição! Empurrou goela abaixo seu elixir e regou com o resto do vinho barato que sobrou na garrafa. Não sentia gosto, nem cheiro e nem remorso. Só esperou. Algum sinal divino, alguma mão em seu ombro para que o levasse de uma vez por todas de uma vida que não teve sentido algum. As dores no estômago aos poucos iam sendo anestesiados pelo coquetel de remédios. Só que ainda restava o toque final. Aquela nota que é alcançada no final da canção e que dá sentido a toda poesia musical. Tentou alcançar a navalha na cômoda, mas os braços não obedeciam mais. A própria mente já estava confusa enquanto os pés se debatiam inutilmente. Pobre corpo sapateava em vão, lutando pela vida como um peixe recém-pescado. A baba convulsiva escorria pela boca deixando as belas cenas suicidas dos livros no mundo da fantasia. O corpo lutava, mas a mente estava calma. Ele gostaria mesmo de ver alguma imagem, um túnel, uma luz. Uma caveira com uma foice que viesse buscá-lo ou um senhor barbado lhe esperando nos portões divinos. Mas não! Nos segundos finais de uma vida miserável, nada mais surpreendente do que encontrar, no além-túmulo, aquilo que toda a humanidade sempre temeu: O nada!
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Não ouvia absolutamente nada. Nem TV ligada, nem os cupins no guarda-roupa, nada. Tornou-se surdo e mudo, não fosse o ruído do seu coração bombeando sangue que se ouvia de dentro pra fora. Surdo e mudo em um quarto onde antes existia muita vida e amor. Balbuciou algumas palavras em vão, já que não se podia ouvir nada e, se pudesse, depois de tanto veneno, bem provável que sua língua e voz já estivessem igualmente inúteis. Tornou-se um cadáver lúcido, deitado ali, quase nu, tanto de roupas quanto de orgulho. Antes que seus pés e mãos tornassem inválidos de vez, tateou a cabeceira até encontrar a duas últimas cartelas. A última refeição!
Empurrou goela abaixo seu elixir e regou com o resto do vinho barato que sobrou na garrafa. Não sentia gosto, nem cheiro e nem remorso. Só esperou. Algum sinal divino, alguma mão em seu ombro para que o levasse de uma vez por todas de uma vida que não teve sentido algum. As dores no estômago aos poucos iam sendo anestesiados pelo coquetel de remédios. Só que ainda restava o toque final. Aquela nota que é alcançada no final da canção e que dá sentido a toda poesia musical. Tentou alcançar a navalha na cômoda, mas os braços não obedeciam mais. A própria mente já estava confusa enquanto os pés se debatiam inutilmente. Pobre corpo sapateava em vão, lutando pela vida como um peixe recém-pescado. A baba convulsiva escorria pela boca deixando as belas cenas suicidas dos livros no mundo da fantasia. O corpo lutava, mas a mente estava calma. Ele gostaria mesmo de ver alguma imagem, um túnel, uma luz. Uma caveira com uma foice que viesse buscá-lo ou um senhor barbado lhe esperando nos portões divinos. Mas não! Nos segundos finais de uma vida miserável, nada mais surpreendente do que encontrar, no além-túmulo, aquilo que toda a humanidade sempre temeu: O nada!