A explicação passa menos pelos movimentos pró-democracia de 1989 no Leste Europeu e mais pelo jogo de poder e influência em Moscou.
A ascensão do sindicato polonês Solidariedade e a queda do Muro de Berlim, por exemplo, só aconteceram porque havia a percepção de que o Kremlin não iria intervir, ao contrário da realidade dos anos anteriores.
Costuma-se creditar o fim do comunismo à atuação de Ronald Reagan ou do Papa João Paulo II, mas as reformas políticas na antiga União Soviética só foram possíveis porque o secretário-geral do Partido Comunista ainda detinha grandes poderes.
Em suma, a transformação do sistema político e da política externa soviética foram fruto de uma aliança entre intelectuais reformistas e um secretário-geral, Gorbachev, disposto a ouvi-los. A mesma concentração de poder que tornou possível a disseminação do comunismo no Leste Europeu acabou acelerando seu fim, quarenta anos mais tarde, e vinte anos atrás.
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A explicação passa menos pelos movimentos pró-democracia de 1989 no Leste Europeu e mais pelo jogo de poder e influência em Moscou.
A ascensão do sindicato polonês Solidariedade e a queda do Muro de Berlim, por exemplo, só aconteceram porque havia a percepção de que o Kremlin não iria intervir, ao contrário da realidade dos anos anteriores.
Costuma-se creditar o fim do comunismo à atuação de Ronald Reagan ou do Papa João Paulo II, mas as reformas políticas na antiga União Soviética só foram possíveis porque o secretário-geral do Partido Comunista ainda detinha grandes poderes.
Em suma, a transformação do sistema político e da política externa soviética foram fruto de uma aliança entre intelectuais reformistas e um secretário-geral, Gorbachev, disposto a ouvi-los. A mesma concentração de poder que tornou possível a disseminação do comunismo no Leste Europeu acabou acelerando seu fim, quarenta anos mais tarde, e vinte anos atrás.