Valéria Adriana Maceis, em Produção Textual I (2013), destaca que a extensão dos textos é variável e eles podem até formarem-se por uma única palavra. Contudo, “o que eles, obrigatoriamente, necessitam é de um contexto significativo para existir, uma vez que toda unidade linguística, para ser considerada um texto, precisa ser percebida pelo destinatário como um todo significativo” (MACEIS, 2013, p. 21). Com vistas a esses pressupostos, considere os exemplos I e II. EXEMPLO I Pontualidade. Livro de Produção Textual I. Caneta. Borracha. Celular desligado. Identidade. EXEMPLO II Pontualidade. Livro de Produção Textual I. Caneta. Borracha. Celular desligado. Identidade. É uma lista do que não posso me esquecer nos dias de prova. Correlacionando a teoria exposta no livro e os exemplos I e II, assinale a explicação correta. ALTERNATIVAS O exemplo II é um texto porque o último período lhe atribui sentido. A coerência se dá a partir da oração "é uma lista do que". Tal oração funciona como um fator coesivo ao remeter à enumeração que lhe é anterior. O exemplo I e o exemplo II têm a mesma força discursiva, pois trazem, quase que na totalidade, as mesmas informações. Portanto, ambos os exemplos podem ser considerados textos, em sintonia com a teoria mencionada no enunciado. Como nenhum dos exemplos apresenta elementos de coesão, não podemos considerar como texto nenhum dos fragmentos discutidos. Como o exemplo II é um texto, o exemplo I também é. O exemplo I são as loucuras de um sujeito com deficiência mental. A coerência se dá a partir desse pensamento do leitor, que funciona como um fator coesivo, dando lógica à enumeração aleatória feita. Esse posicionamento é corroborado pela afirmação de Maceis (2013), quando diz que as unidades linguísticas precisam de um contexto para serem consideradas textos. Só o exemplo I é texto. O exemplo II é um discurso.
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Um texto bem construído e pronto para a leitura deve apresentar aquilo que Robert-Alain de Beaugrande e Wolfgang Ulrich Dressler, em Introduction to text linguistics (1983), chamam de textualidade. Para estes autores, a textualidade é o conjunto de características que distinguem um texto de uma sequência de frases. Para a construção de um texto, é necessária a combinação de vários fatores ligados a aspectos formais (como as relações sintático-semânticas), às relações entre o texto e aos elementos que o circundam: falante, ouvinte, situação (pragmática). Beaugrande e Dressler explicam sete aspectos responsáveis pela textualidade de um texto bem construído: coerência e coesão (que são fatores linguísticos); intencionalidade; aceitabilidade; situacionalidade; informatividade e intertextualidade (que são fatores pragmáticos). Com foco nos fatores pragmáticos, conforme a legenda, busque o fator que completa adequadamente as explicações dos textos seguintes. BEAUGRANDE, Robert-Alain de & DRESSLER, Wolfgang Ulrich. Introduction to text linguistics. New York, Longman, 1983. 1 - INTENCIONALIDADE. 2 - ACEITABILIDADE. 3 - SITUACIONALIDADE. 4 - INFORMATIVIDADE. 5 – INTERTEXTUALIDADE. Disponível em: . Acesso em: 23 mar. 2016. ( ) A lembrança trazida por este anúncio publicitário do Leite Condensado mostra a forma do fator pragmático ________. Ela, de forma implícita, lembra-nos da música Mania de você, de Rita Lee. Disponível em: . Acesso em: 23 mar. 2016. ( ) A fala de Calvin mostra um fator de textualidade infringido. É a ________, Calvin não gosta dessa outra forma de falar. Pedido de aumento - Chefe, acho melhor o senhor me dar logo um aumento porque já existem algumas empresas atrás de mim. - Que empresas são essas? - A companhia telefônica, a companhia de saneamento, a companhia de eletricidade... ( ) O chefe teve um entendimento que foi contrariado com a explicação do funcionário. O riso foi causado pela diferença entre o que o funcionário quis dizer e a expectativa do chefe pela resposta. Assim, foi trabalhado o fator ________. Disponível em: . Acesso em: 23 mar. 2016. ( ) A fala do garoto infringe o fator de textualidade chamado ________, porque não é uma linguagem adequada para se falar com a professora; percebe-se que ela não entende a mensagem. Disponível em: < https://goo.gl/9nrarU>. Acesso em: 23 mar. 2016. ( ) O humor dessa charge está na transgressão do fator pragmático ________. Não há informação nova na resposta da entrevistada. A alternativa que apresenta corretamente a ordem numérica dos fatores pragmáticos abordados nas explicações é: ALTERNATIVAS 5, 2, 1, 3, 3. 5, 2, 1, 4, 4. 5, 1, 3, 2, 4. 5, 2, 1, 3, 4. 2, 2, 1, 3, 4.
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Tendo em vista as concepções de leitura abordadas no livro, nas aulas conceituais e na aula ao vivo, leia o texto 1 e analise as afirmações que seguem. TEXTO - 1 35T3 P3QU3N0 T3XTO 53RV3 4P3N45 P4R4 M05TR4R COMO NO554 C4B3Ç4 CONS3GU3 F4Z3R CO1545 1MPR3551ON4ANT35! R3P4R3 N155O! NO COM3ÇO 35T4V4 M310 COMPL 1C4DO, M45 N3ST4 L1NH4 SU4 M3NT3 V41 D3C1FR4NDO O CÓD1GO QU453 4UTOM4T1C4M3NT3, S3M PR3C1S4R P3N54R MU1TO, C3RTO? POD3 F1C4R B3M ORGULHO5O D155O! SU4 C4P4C1D4D3 M3R3C3! I) O texto 1 comprova o conceito ascendente de leitura, segundo o qual o processo leitor ocorre da decifração das unidades menores (letras, palavras, marcadores gramaticais) para chegar às maiores (frases, parágrafos, sentido global do texto). II) No texto 1, a sequência “C4B3Ç4” significa, no contexto em que está: cognição ou cérebro. III) Para entender o texto 1, o leitor precisa oralizá-lo, ratificando o conceito ascendente de leitura e contrariando o descendente. IV) Conforme o conceito interativo de leitura, para entender um texto, o leitor utiliza-se dos indícios visuais do texto lido e da ativação de uma série de mecanismos mentais que permitem atribuir-lhe um sentido. Assim, o entendimento do texto 1 ocorre da interação das pistas linguísticas deixadas pelo emissor com as formas das palavras de língua portuguesa que o mecanismo cognitivo do leitor já tem internalizadas. Considerando F para falso e V para verdadeiro, as afirmações I, II, III e IV são, respectivamente: ALTERNATIVAS F, F, F, V. V, V, V, F. F, F, V, V. F, V, F, V. V, V, F, V.
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Leia os textos 1 e 2, comparando-os. Em seguida, analise as afirmações que os seguem. TEXTO 1 - charge Disponível em: . TEXTO 2 - piada “Pois é. U purtuguêis é muito fáciu di aprender, purqui é uma língua qui a genti iscrevi ixatamenti cumu si fala. Num é cumu inglêis qui dá até vontadi di ri quandu a genti discobri cumu é qui si iscrevi algumas palavras. Im portuguêis, é só prestátenção. U alemão pur exemplu. Qué coisa mais doida? Num bate nada cum nada. Até nu espanhol qui é parecidu, si iscrevi muito diferenti. Qui bom qui a minha lingua é u purtuguêis. Quem soubé falá, sabi iscrevê.” Fonte: Jô Soares, revista Veja, 28 de novembro de 1990. ( ) A charge e a piada do Jô têm a contradição como ponto em comum. Ambos os textos contrariam suas afirmações a partir da escolha linguística usada. ( ) A partir do texto 2, confirmamos que o português é uma língua mais fácil de aprender que o inglês e o alemão, já que o brasileiro escreve do modo que fala. ( ) A partir da leitura da charge, podemos afirmar que a ovelhinha rejeita o emprego de gírias nas conversas. ( ) Tanto a charge como o texto de Jô Soares trazem muitas gírias. ( ) Os dois textos se valem do nível artístico em sua construção, colocando a linguagem coloquial-popular em evidência, com efeito significativo diferenciado para as mensagens que trazem. Considerando F para falso e V para verdadeiro, as afirmações são, respectivamente: ALTERNATIVAS V, F, F, F, V. F, V, V, V, F. F, F, V, V, V. V, V, F, F, V. F, F, F, F, V.
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A Literatura Comparada do século XIX, hoje chamada de Estudos Culturais ou Comparativismo Cultural, aborda a comparação entre textos literários, assim como outros de cunho artístico, filosófico, sociológico, cinema e teatro. Não se trata apenas de uma comparação, mas sim de um olhar apurado para os textos, verificando os pontos de convergência e divergência entre eles. Assim, leia os textos a seguir, produzidos em diferentes períodos literários, e elabore uma análise comparativa, em um texto de até duas páginas, na qual sejam contemplados: aspectos semânticos (significado), momento em que são enfatizados aspectos ligados ao conteúdo do texto; e estruturais (formato do texto), momento em que são enfatizados aspectos ligados à forma do texto. Sua análise deve abordar tais aspectos em comparação aos dois textos apresentados a seguir. Texto I Canção do exílio Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá. Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida mais amores. Em cismar, sozinho, à noite, Mais prazer eu encontro lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. Minha terra tem primores, Que tais não encontro eu cá; Em cismar –sozinho, à noite– Mais prazer eu encontro lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. Não permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para lá; Sem que desfrute os primores Que não encontro por cá; Sem qu'inda aviste as palmeiras, Onde canta o Sabiá. Gonçalves Dias Texto 2 Canção do exílio Minha terra tem macieiras da Califórnia onde cantam gaturamos de Veneza. Os poetas da minha terra são pretos que vivem em torres de ametista, os sargentos do exército são monistas, cubistas, os filósofos são polacos vendendo a prestações. A gente não pode dormir com os oradores e os pernilongos. Os sururus em família têm por testemunha a Gioconda. Eu morro sufocado em terra estrangeira. Nossas flores são mais bonitas nossas frutas mais gostosas mas custam cem mil réis a dúzia. Ai quem me dera chupar uma carambola de verdade e ouvir um sabiá com certidão de idade! (Murilo Mendes)
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