Com O visconde partido ao meio, lançado em 1952, Ítalo Calvino abandonou o neo-realismo dos primeiros livros e começou a explorar a fábula e o fantástico, elementos que marcariam profundamente a sua obra, pois recorre a elementos irreais para criar um ambiente de fábula em seu comprometimento com a realidade.
A obra veio compor com O cavaleiro inexistente e O barão nas árvores uma trilogia a que Ítalo Calvino (1923-85) chamou de Os nossos antepassados, uma espécie de árvore genealógica do homem contemporâneo, alienado, dividido, incompleto.
Esta fábula de Calvino, foi escrita após a experiência da segunda guerra, no meio do século que nasceu sob a influência da psicanálise de Freud e em um mundo que a filosofia convencionou por chamar de “desencantado”, não poderia estar livre dos desígnios do tempo. Ao contrário do formato tradicional, cuja mensagem moral é explícita – muitas vezes até explicada separadamente, no final – o drama do Visconde di Terralba não traz a panacéia universal que cura os males dos homens em determinada situação e os orienta na conduta; apenas exprime, de maneira alegórica, a angústia do homem contemporâneo, “mutilado, incompleto, inimigo de si mesmo”, nas palavras do autor.
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Com O visconde partido ao meio, lançado em 1952, Ítalo Calvino abandonou o neo-realismo dos primeiros livros e começou a explorar a fábula e o fantástico, elementos que marcariam profundamente a sua obra, pois recorre a elementos irreais para criar um ambiente de fábula em seu comprometimento com a realidade.
A obra veio compor com O cavaleiro inexistente e O barão nas árvores uma trilogia a que Ítalo Calvino (1923-85) chamou de Os nossos antepassados, uma espécie de árvore genealógica do homem contemporâneo, alienado, dividido, incompleto.
Esta fábula de Calvino, foi escrita após a experiência da segunda guerra, no meio do século que nasceu sob a influência da psicanálise de Freud e em um mundo que a filosofia convencionou por chamar de “desencantado”, não poderia estar livre dos desígnios do tempo. Ao contrário do formato tradicional, cuja mensagem moral é explícita – muitas vezes até explicada separadamente, no final – o drama do Visconde di Terralba não traz a panacéia universal que cura os males dos homens em determinada situação e os orienta na conduta; apenas exprime, de maneira alegórica, a angústia do homem contemporâneo, “mutilado, incompleto, inimigo de si mesmo”, nas palavras do autor.