JeanSouza321
Depois de um século de lutas civis, o mundo romano estava desejoso de paz. Octavius Augustus se encontrou na situação daquele que detém o poder absoluto num imenso império com suas províncias pacificadas e em cuja capital a aristocracia se encontrava exausta e debilitada. O Senado não estava em condições de opor-se aos desejos do general, detentor do poder militar. A habilidade de Augustus – nome adotado por Octavius em 27 a.C. – consistiu em conciliar a tradição Republicana de Roma com a de monarquia divinizada dos povos orientais do império. Conhecedor do ódio ancestral dos romanos à instituição monárquica, assumiu o título de imperador, por meio do qual adquiriu o Imperium, poder moral que em Roma se atribuía não ao rei, mas ao general vitorioso. Sob a aparência de um retorno ao passado, Augustus orientou as instituições do estado romano em sentido oposto ao republicano. A burocracia se multiplicou, de forma que os senadores se tornaram insuficientes para garantir o desempenho de todos os cargos de responsabilidade. Isso facilitou o ingresso da classe dos cavaleiros na alta administração do império. Os novos administradores deviam tudo ao imperador e contribuíam para fortalecer seu poder. Pouco a pouco, o Senado – até então domínio exclusivo das antigas grandes famílias romanas – passou a admitir italianos e, mais tarde, representantes de todas as províncias. A cidadania romana ampliou-se lentamente e somente em 212 d.C. o imperador Marcus Aurelius Antoninus, dito Caracalla, reconheceu todos os súditos do império. O longo período durante o qual Augustus foi senhor dos destinos de Roma, entre 27 a.C. e 14 d.C., caracterizou-se pela paz interna (Pax Romana), pela consolidação das instituições imperiais e pelo desenvolvimento econômico. As fronteiras européias foram fixadas no Reno e no Danúbio, completou-se a dominação das regiões montanhosas dos Alpes e da Península Ibérica e empreendeu-se a conquista da Mauritânia.
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