SOCORRO É PRA AMANHÃ
10. Leia atentamente o texto a seguir. Ele é um tratado escrito por um grupo de pessoas escravizadas que se rebelou em um engenho de açúcar da Bahia em 1789. Para acabar com a revolta, os escravizados fizeram uma série de exigências ao dono do engenho.
Meu Senhor, nós queremos paz e não queremos guerra; se meu senhor também quiser nossa paz há de ser nessa conformidade: em cada semana, nos há de dar os dias de sexta-feira e de sábado para trabalharmos para nós, não tirando um destes dias por causa de dia santo; para podermos viver nos há de dar rede, tarrafa [instrumento de pesca] e canoas; na plantação de mandioca, os homens queremos que só tenham tarefa de duas mãos e meia [medida de quantidade de trabalho] e as mulheres de duas mãos; os atuais feitores não os queremos, faça eleição de outros com a nossa aprovação; poderemos plantar nosso arroz onde quisermos, e em qualquer brejo, sem que para isso peçamos licença, e poderemos cada um tirar jacarandás ou qualquer pau sem darmos parte para isso; poderemos brincar, folgar e cantar em todos os tempos que quisermos sem que nos impeça e nem seja preciso licença.
Com base na análise do trecho anterior, responda ao que se pede.
a) Quais reivindicações as pessoas escravizadas fazem ao senhor?
b) O que se pode afirmar sobre a resistência dos cativos à escravidão?
11. O texto a seguir é um trecho de uma carta escrita em 1687 pelas autoridades coloniais sobre o
Quilombo dos Palmares. Ela descreve a situação na capitania e alerta para o risco que o quilombo representava para a região. Com base na leitura atenta do excerto, responda ao que se pede.
É importantíssimo mandar Sua Majestade apoiar a guerra contra Palmares pelas danosas consequências que a estas capitanias, como as suas frotas, por estarem os negros muito absolutos e desaforados tanto que mandaram, este ano, negros, fingindo se dos moradores, a persuadir o nossos escravizados que se revoltassem e nos matassem, que eles
os socorreriam. Estes negros são robustos e sofredores de todo o trabalho e são muitos em número, e cada vez mais, não lhes falta habilidade nas armas, nem ousadia no coração, como se viu no tempo que governou D.Pedro de Almeida, em que se despovoaram algumas capitaniasdo sul, pelas mortes, roubos e insolências, que em contínuos assaltos faziam estes negros; e o nosso exército, que pôde domar o orgulho da Holanda naquele tempo, já formidável a todo mundo, nenhum efeito tem conseguido contra eles.
a) De que modo o documento apresenta a ameaça exercida por Palmares a Pernambuco e a
outras capitanias?
b) O documento compara Palmares com as invasões neerlandesas. De acordo com o texto, qual representou maior ameaça aos interesses portugueses na região?
10. Leia atentamente o texto a seguir. Ele é um tratado escrito por um grupo de pessoas escravizadas que se rebelou em um engenho de açúcar da Bahia em 1789. Para acabar com a revolta, os escravizados fizeram uma série de exigências ao dono do engenho.
Meu Senhor, nós queremos paz e não queremos guerra; se meu senhor também quiser nossa paz há de ser nessa conformidade: em cada semana, nos há de dar os dias de sexta-feira e de sábado para trabalharmos para nós, não tirando um destes dias por causa de dia santo; para podermos viver nos há de dar rede, tarrafa [instrumento de pesca] e canoas; na plantação de mandioca, os homens queremos que só tenham tarefa de duas mãos e meia [medida de quantidade de trabalho] e as mulheres de duas mãos; os atuais feitores não os queremos, faça eleição de outros com a nossa aprovação; poderemos plantar nosso arroz onde quisermos, e em qualquer brejo, sem que para isso peçamos licença, e poderemos cada um tirar jacarandás ou qualquer pau sem darmos parte para isso; poderemos brincar, folgar e cantar em todos os tempos que quisermos sem que nos impeça e nem seja preciso licença.
Com base na análise do trecho anterior, responda ao que se pede.
a) Quais reivindicações as pessoas escravizadas fazem ao senhor?
b) O que se pode afirmar sobre a resistência dos cativos à escravidão?
11. O texto a seguir é um trecho de uma carta escrita em 1687 pelas autoridades coloniais sobre o
Quilombo dos Palmares. Ela descreve a situação na capitania e alerta para o risco que o quilombo representava para a região. Com base na leitura atenta do excerto, responda ao que se pede.
É importantíssimo mandar Sua Majestade apoiar a guerra contra Palmares pelas danosas consequências que a estas capitanias, como as suas frotas, por estarem os negros muito absolutos e desaforados tanto que mandaram, este ano, negros, fingindo se dos moradores, a persuadir o nossos escravizados que se revoltassem e nos matassem, que eles
os socorreriam. Estes negros são robustos e sofredores de todo o trabalho e são muitos em número, e cada vez mais, não lhes falta habilidade nas armas, nem ousadia no coração, como se viu no tempo que governou D.Pedro de Almeida, em que se despovoaram algumas capitaniasdo sul, pelas mortes, roubos e insolências, que em contínuos assaltos faziam estes negros; e o nosso exército, que pôde domar o orgulho da Holanda naquele tempo, já formidável a todo mundo, nenhum efeito tem conseguido contra eles.
a) De que modo o documento apresenta a ameaça exercida por Palmares a Pernambuco e a
outras capitanias?
b) O documento compara Palmares com as invasões neerlandesas. De acordo com o texto, qual representou maior ameaça aos interesses portugueses na região?
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Resposta:
a) No trecho do tratado escrito pelas pessoas escravizadas, as reivindicações feitas ao senhor incluem:
1. A concessão dos dias de sexta-feira e sábado para trabalharem para si mesmos, sem serem interrompidos devido a dias santos.
2. O fornecimento de redes, tarrafas e canoas para que possam pescar.
3. Redução da carga de trabalho, com homens realizando tarefas equivalentes a duas mãos e meia, e mulheres a duas mãos.
4. A escolha de novos feitores com a aprovação dos cativos.
5. Liberdade para plantar arroz onde quiserem, sem a necessidade de obter licença.
6. Autorização para cortar madeira, como jacarandás, sem a necessidade de comunicar a ação.
7. Liberdade para brincar, folgar e cantar sem restrições ou licenças.
b) A resistência dos cativos à escravidão é evidente nas reivindicações feitas ao senhor. Eles buscam melhores condições de trabalho, tempo para atividades próprias, autonomia na pesca e na agricultura, além de influência na escolha dos feitores. Essas demandas refletem um desejo por dignidade, liberdade e uma vida mais autônoma, demonstrando a determinação dos cativos em resistir às condições opressivas da escravidão.
a) O documento apresenta a ameaça exercida por Palmares a Pernambuco e outras capitanias de várias maneiras:
- Destaca que os negros de Palmares estão muito absolutos e dispostos a ações desafiadoras.
- Menciona que negros de Palmares incentivaram os escravizados a se revoltarem e prometeram ajuda, mostrando uma ameaça à estabilidade colonial.
- Indica que os negros de Palmares são numerosos, habilidosos nas armas e corajosos, o que os torna uma ameaça considerável.
b) De acordo com o texto, as invasões neerlandesas representaram uma ameaça maior aos interesses portugueses na região. O texto menciona que o exército português pôde domar o orgulho da Holanda naquele tempo, que já era formidável, mas não conseguiu conter os ataques dos negros de Palmares. Isso sugere que, apesar dos desafios representados por Palmares, a ameaça neerlandesa foi considerada mais impactante e difícil de ser controlada.