SOCORRO É PRA AMANHÃ
Texto 2
Há muitos anos, no fim da última guerra, mais para o ano de 1945, diziam os jornais de um navio fantasma percorrendo os mares e procurando um porto.
Sua única identificação:
- drapejava no alto mastro uma bandeira branca.
Levava sua carga humana.
Salvados de guerra e de uma só raça.
Incerto e sem destino,
todos os portos se negaram a recebe-lo.
Acompanhando pelo noticiário do tempo o drama daquele barco, mentalmente e emocionalmente eu arvorava em cada porto do meu Pais uma bandeira de Paz e escrevia em letras de diamantes: desce aqui.
Aceita esta bandeira que te acolhe fraterna e amiga.
Barco sem rumo
Convive com o meu povo pobre.
Compreende e procura ser compreendido.
Come com ele o pão da fraternidade e bebe a água pura da esperança.
Aguarda tempos novos para todos.
Não subestimes nossa ignorância e pobreza.
Aceita com humildade o que te oferecemos: terra generosa e trabalho fácil.
Reparte com quem te recebe teu saber milenar, Judeu, meu irmão.
8. O poema "Barco sem rumo" faz referência a perseguições que o povo judeu sofreu em um momento de sua história, quando precisou procurar abrigo em alguns países e este lhe foi negado.
a) Qual é o sentimento revelado pelo eu lírico sobre o fato referido?
b) Das alternativas a seguir, qual(is) indica(m) comportamento(s) que diverge(m) da atitude do eu lírico?
( ) Egoísmo
( ) Tolerância
( ) Preconceito
( ) solidariedade
c) Atualmente, ainda há povos que vivenciam drama semelhante ao exposto no poema? Pesquise e compartilhe sua resposta com a turma.
9. Compare a imagem do Brasil construída no poema de Cora Coralina com aquela apresentada por Gonçalves Dias.
Cora Coralina
Há muitos anos, no fim da última guerra, mais para o ano de 1945, diziam os jornais de um navio fantasma percorrendo os mares e procurando um porto.
Sua única identificação:
- drapejava no alto mastro uma bandeira branca.
Levava sua carga humana.
Salvados de guerra e de uma só raça.
Incerto e sem destino,
todos os portos se negaram a recebê-lo.
Acompanhando pelo noticiário do tempo o drama daquele barco, mentalmente e emocionalmente eu arvorava em cada porto do meu País uma bandeira de Paz e escrevia em letras de diamantes:
desce aqui.
Aceita esta bandeira que te acolhe fraterna e amiga.
Barco sem rumo
Convive com o meu povo pobre.
Compreende e procura ser compreendido.
Come com ele o pão da fraternidade e bebe a água pura da esperança.
Aguarda tempos novos para todos.
Não subestimes nossa ignorância e pobreza.
Aceita com humildade o que te oferecemos: terra generosa e trabalho fácil.
Reparte com quem te recebe teu saber milenar, Judeu, meu irmão.
Gonçalves Dias
Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabia;
As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá.
Canção do exilio
Minha terra tem primores, Que tais não encontro eu cá;
Em cismar - sozinho, à noite - Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá.
Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite, Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras, Onde canta o Sabia.
Lista de comentários
Resposta:
Vamos lá:
8. a) O sentimento revelado pelo eu lírico sobre o fato referido é de compaixão e solidariedade pelos judeus que foram rejeitados pelos portos após a Segunda Guerra Mundial. Ele se coloca no lugar deles e imagina como seria acolhê-los em sua terra, oferecendo-lhes paz, fraternidade e esperança.
b) Das alternativas a seguir, as que indicam comportamentos que divergem da atitude do eu lírico são: egoísmo e preconceito. Esses são sentimentos que levam à exclusão e à discriminação dos outros, ao contrário da tolerância e da solidariedade, que promovem a aceitação e a ajuda mútua.
c) Atualmente, ainda há povos que vivenciam drama semelhante ao exposto no poema, como por exemplo, os refugiados de países em guerra, conflito ou crise humanitária, que buscam abrigo em outras nações, mas nem sempre são bem recebidos ou têm seus direitos respeitados. Segundo a Agência da ONU para Refugiados, em 2020, havia cerca de 82,4 milhões de pessoas deslocadas à força no mundo, sendo 26,4 milhões delas refugiadas.
9. A imagem do Brasil construída no poema de Cora Coralina é de um país pobre, ignorante, mas generoso, acolhedor e esperançoso. Ela reconhece as dificuldades e as limitações do seu povo, mas também valoriza a sua capacidade de conviver, compreender e repartir com os que sofrem. Ela vê o Brasil como uma terra de paz e de trabalho, onde se pode oferecer e receber o pão e a água, símbolos da vida e da fraternidade.
A imagem do Brasil construída no poema de Gonçalves Dias é de um país rico, belo, mas distante e saudoso. Ele exalta as belezas naturais e culturais da sua terra, como as palmeiras, o sabiá, o céu, as flores, os bosques e os amores, mas o faz de longe, em um tom de exílio e nostalgia. Ele vê o Brasil como uma terra de primores e de prazer, onde se deseja voltar e morrer.
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