December 2019 2 67 Report
1. Leia um trecho de "Na floresta do alheamento", texto publicado em Livro do Desassossego de Bernardo Soares, heterônimo de Fernando Pessoa. Sei que despertei e que ainda durmo. O meu corpo antigo, moído de eu viver diz-me que é muito cedo ainda... Sinto-me febril de longe. Peso-me, não sei porquê... Relacionando esse trecho com as novidades que a revista Orpheu trouxe e com características do Modernismo presentes em A Confissão de Lúcio, podemos afirmar que: I. O narrador se sente dividido, se, por uma lado, desperta; por outro, ainda dorme, como se fosse dois. Assim como Lúcio, em sua confissão, não conseguiu entender o ocorrido descrito na novela. Além de Lúcio não entender o que aconteceu, ele não sabia quem eram Ricardo e Marta, e se alguma vez de fato existiram e se existiram os dois. II. Essa desconfiança em relação ao real, a quem eu sou e quem é o outro aparece frequentemente no Modernismo português, principalmente na obra de Fernando Pessoa e de Mário de Sá-Carneiro. III. Fernando Pessoa criou os heterônimos para, de alguma forma, conseguir se multiplicar. No caso de Bernardo Soares, o que escreveu em prosa, é um sujeito que vive pelas sensações, é sinestésico. Pelo fragmento citado no conteúdo teórico, o narrador está num estado onírico, está angustiado e entediado, como um ser que vive entre o século XIX e XX. Podemos considerar como verdadeiras as afirmações: a. I e III. b. II e III. c. apenas a II. d. I, II e III. e. I e II.
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