August 2019 1 32 Report
Sempre que se agita esta questão das reivindicações femininas, escovam-se os velhos chavões, e, com um grande ar de importância, os filósofos decidem sem apelação que a mulher não pode ser mais do que o anjo do lar, a vestal encarregada de vigiar o fogo sagrado, a depositária das tradições da família... e das chaves da despensa. Todo esse dispêndio de palavras inúteis serve apenas para encobrir a fealdade da única razão séria que podemos apresentar contra as pretensões das mulheres: o nosso egoísmo, o receio que temos de que nos despojem das nossas prerrogativas seculares – o medo de perder as posições, as regalias, as honras que o preconceito bárbaro confiou exclusivamente ao nosso século. Compreende-se: quem se habituou a empunhar o bastão do comando não se resigna facilmente a passá-lo a outras mãos: é mais fácil deixar a vida do que deixar o poder.


O narrador do texto critica o papel atribuído à mulher em nossa sociedade. Dos trechos abaixo, o único que corresponde ao papel criticado é:

a. “Amor é fogo que arde sem se ver”. (Luís Vaz Camões).

b. “Ser mulher, e oh! atroz, tantálica tristeza! / ficar na vida qual uma águia inerte, presa / nos pesados grilhões dos preceitos sociais!” (Gilka Machado).

c. “Já agora as feministas venceram radicalmente e não há profissão masculina que elas não ataquem e onde não vençam.” (Rachel de Queiroz).

d. “Eu não tinha este rosto de hoje, / assim calmo, assim triste, assim magro, / nem estes olhos tão vazios, / nem o lábio amargo.” (Cecília Meireles).

e. “É com um pouco de pudor que sou obrigada a reconhecer que o que mais interessa à mulher é o homem.” (Clarice Lispector).
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