mariaqueroli
É muito comum encontrarmos na História críticas duras das elites aos que geram conflito e questionamentos. Segregam-nos, tentam de todas as formas isolá-los da sociedade, se possível gostariam de vê-los mortos, queimados em fogueiras, presos ou taxados de loucos e jogados em hospícios, como aconteceu com muitos críticos brilhantes na História. E se o crítico é do povo e não tem nenhum título de posse ou da academia, então, Deus me livre, denigrem e diminuem o seu tamanho de forma mais discriminatória ainda. Em alguns casos, criminalizando o crítico, como nos ensina Juarez Cirino dos Santos em suas obras sobre o Direito Penal. Na verdade, as elites querem o silêncio e tentam impor um script de como é um comportamento amoldado de normalidade para continuarem fazendo do Estado apenas aquilo que Klaus Offe nos disse: Querem o Estado apenas como articulador da acumulação privada. Mas devemos ter outros olhos para os críticos criadores de conflito. Lendo o livro “A verdade e as formas jurídicas”, de Michel Foucault, que tanto nos ensinou sobre as formas de como as elites impõem comportamentos para a obediência a um tipo de sistema produtivo dominante injusto, nos traz novos ensinamentos ao dizer que na teoria de conhecimento de Friedrich Nietzche a verdade e o conhecimento estão próximos da luta e do conflito do poder, próximos dos que geram o conflito, pois ali está a revelação da verdade e do conhecimento, através do contraditório e não na normalidade imposta.
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