[...]À ilha, entrementes, a nau bem construída chegara depressa, onde as sereias demoram, que vento propício a impelia. [...]Uma rodela de cera cortei com meu bronze afiado, em pedacinhos, e pus-me a amassá-los nos dedos possantes. [...]Sem exceção, depois disso, tapei os ouvidos dos sócios; as mãos e os pés, por sua vez, me amarraram na célere nave, em torno ao mastro, de pé, com possantes calabres seguro. Sentam-se logo, batendo com o Remo nas ondas grisalhas. Mas, ao chegar à distância somente de grito da praia, com toda a força a remar, não passou nosso barco ligeiro despercebido às Sereias, de perto, que entoam sonoros:" Vem para perto, famoso Odisseu, dos Aquivos orgulho, traz para cá teu navio, que possas o canto escutar-nos" . [...]Dessa maneira cantavam, belíssimas. Mui desejoso de as escutar, fiz sinal com os olhos aos sócios que as cordas me relaxassem; mas eles remaram bem mais ardorosos. Alçam-se, então, perimedes e Euriloco e deitam-me logo novos calabres, e os laços e as voltas mais firmes apertam. Mas, quando essa ilha, na viagem, deixamos ficar bem distantes, sem mais ouvimos a voz das sereias e o canto mavioso, meus companheiros queridos tiraram depressa do ouvido a-cera ali por mim posta e dos laços, por fim, me livraram. [...]1- Ulisses elabora uma estratégia para poder ouvir o canto das sereias de forma segura. a) Descreva o que ele faz para conseguir seu objetivo. b) O que essa estratégia revela sobre a personalidade de Ulisses?
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" ANTIGAMENTE, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo não sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio. E se levavam tábua, o remédio era tirar o cavalo da chuva e ir pregar em outra freguesia. (...) Os mais idosos, depois da janta, faziam o quilo, saindo para tomar fresca; e também tomavam cautela de não apanhar sereno. Os mais jovens, esses iam ao animatógrafo, e mais tarde ao cinematógrafo, chupando balas de altéia. Ou sonhavam em andar de aeroplano; os quais, de pouco siso, se metiam em camisa de onze varas, e até em calças pardas; não admira que dessem com os burros n’água. (...) Embora sem saber da missa a metade, os presunçosos queriam ensinar padre-nosso ao vigário, e com isso metiam a mão em cumbuca. Era natural que com eles se perdesse a tramontana. A pessoa cheia de melindres ficava sentida com a desfeita que lhe faziam, quando, por exemplo, insinuavam que seu filho era artioso. Verdade seja que às vezes os meninos eram mesmo encapetados; chegavam a pitar escondido, atrás da igreja. As meninas, não: verdadeiros cromos, umas tetéias. (...) Antigamente, os sobrados tinham assombração, os meninos lombrigas, asthma os gatos, os homens portavam ceroulas, botinas e capa-de-gato (...) não havia fotógrafos, mas retratista, e os cristãos não morriam: descansavam. Mas tudo isso era antigamente, isto é, outrora. " 1- De que forma Drummond comenta as variações de linguagem? 2- Por que a linguagem está em constante variação? 3- Reescreva o texto a seguir, empregando as expressões que você normalmente utilizar no seu cotidiano. " E se levavam tábua, o remédio era tirar o cavalo da chuva e ir pregar em outra freguesia. " 4- Retire do texto palavras ou expressões que, na sua opinião, hoje não são mais usadas.
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