A busca da condição, não mais exigida e esperada pela educação, converte-se em inquirição ou em ofensa; o silêncio sobre objectos delicados, em vazia indiferença, logo que deixa de haver regras acerca daquilo de que se pode, ou não, falar. Os indivíduos começam então, não sem motivo, a reagir hostilmente ao tacto: uma certa forma de cortesia faz que eles não se sintam já considerados como homens, mas que neles desperte a suspeita da situação inumana em que se encontram; e então o homem cortês corre o risco de surgir como descortês, em virtude de usar a cortesia como uma prerrogativa ultrapassada. Por fim, o tacto emancipado e puramente individual torna-se simples mentira. O que dele se encontra hoje no indivíduo, e que este diligentemente silencia, é o poder fáctico, e mais ainda o poder potencial que cada qual incorpora. À exigência de tratar o indivíduo como tal, sem quaisquer preâmbulos, de forma absolutamente ajustada, está subjacente o zeloso controlo de que cada palavra dê conta por si mesma e tacitamente daquilo que o interlocutor representa na esclerosada hierarquia que todos abarca, e de quais são as suas oportunidades. O nominalismo do tacto ajuda o mais geral, o poder nu e cru de disposição, em prol do triunfo inclusive nas constelações mais íntimas. O cancelamento das convenções como um ornamento superado, inútil e superficial, apenas confirma a superficialidade máxima, uma vida de dominação imediata. Que, todavia, o próprio colapso da caricatura do tacto na camaradagem desordeira torne ainda, como mofa da liberdade, mais insuportável a existência é apenas um sinal mais de como se tornou impossível a convivência dos homens nas actuais circunstâncias. Fonte: Disponível em: ADORNO, Theodor. Sobre a Dialética do Tacto, in: Mínima Moralia. Tradução de Arthur Mourão. Edições 70, Lisboa – Portugal, 1951, p. 26 – 27. Verifique as afirmações seguintes, que explora a questão dos conflitos sociais modernos e contemporâneos, avalie as afirmações a seguir. I. A transformação dos sistemas políticos libera toda a estrutura antiga, eliminando completamente seus pressupostos históricos. II. Mesmo com a implantação dos governos democráticos, os elementos históricos das antigas instituições ainda permanecem. III. A defesa dos modelos das repúblicas democráticas é um dos principais da filosofia contemporânea, porém com ressalvas e críticas a sua dinâmica. IV. É um tema da contemporaneidade os limites do modelo democrático. É correto o que se afirma em: Alternativas Alternativa 1: I, apenas. Alternativa 2: II e III, apenas. Alternativa 3: II, III e IV, apenas. Alternativa 4: III e IV, apenas. Alternativa 5: I, III e IV, apenas.
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QUESTÃO 8 A produção da vida, tanto da própria, no trabalho, quanto da alheia, na procriação, aparece desde já como uma relação dupla de um lado, como relação natural, de outro como relação social, social no sentido de que por ela se entende a cooperação de vários indivíduos, sejam quais forem as condições, o modo e a finalidade. Segue-se daí que um determinado modo de produção ou uma determinada fase industrial estão sempre ligados a um determinado modo de cooperação ou a uma determinada fase social modo de cooperação que é, ele próprio, uma “força produtiva”, que a soma das forças produtivas acessíveis ao homem condiciona o estado social e que, portanto, a “história da humanidade” deve ser estudada e elaborada sempre em conexão com a história da indústria e das trocas. Mas é claro, também, que na Alemanha é impossível escrever tal história, pois aos alemães faltam não apenas a capacidade de concepção e o material, como também a “certeza sensível”, e do outro lado do Reno não se pode obter experiência alguma sobre essas coisas, pois ali já não ocorre mais nenhuma história. Mostra-se, portanto, desde o princípio, uma conexão materialista dos homens entre si, conexão que depende das necessidades e do modo de produção e que é tão antiga quanto os próprios homens uma conexão que assume sempre novas formas e que apresenta, assim, uma “história”, sem que precise existir qualquer absurdo político ou religioso que também mantenha os homens unidos. Fonte: Disponível em: MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. A Ideologia Alemã: Crítica da mais recente filosofia alemã em seus representantes Feuerbach, B. Bauer e Stirner, e do socialismo alemão em seus diferentes profetas. Tradução de ENDERLE, Rubens; SCHNEIDER, Nélio; MARTORANO, Luciano Cavini. Editora Boi Tempo, São Paulo – SP, 2007, p. 34. De acordo com o trecho acima, avalie as alternativas a seguir, assinale a opção correta Alternativas Alternativa 1: Marx e Engels defendiam um modelo de humanismo, idêntico ao ideal iluminista. Alternativa 2: O marxismo se identifica plenamente com o idealismo de Hegel. Alternativa 3: O processo histórico não foi um tema para Marx. Alternativa 4: A metodologia do marxismo é o idealismo histórico. Alternativa 5: O trabalho é um ponto essencial das reflexões marxistas.
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Excerto 1: O desejo de Empédocles de escapar de toda determinação, de deixar atrás de si a lei da sucessão, é o próprio desejo especulativo, a própria aspiração a se evadir da finitude na morte. DASTUR, F. Hölderlin, tragédia e modernidade., 1994, p. 178. Excerto 2: ​O que você deve ter em mente é a oposição entre o particular e o universal, o homem e os deuses, o sombrio e a luz. Para Hölderlin, para que haja o trágico, necessariamente, deve haver o conflito. Sobre Empédocles, o poeta afirma que a morte do herói se deu “como uma necessidade que emana de seu ser mais profundo” (HÖLDERLIN, 2001, p. 336). PAVINI, Renan Pereira da Cunha. Estética e Filosofia da arte. Maringá - PR.: UniCesumar, 2021. Pág. 112. Hölderlin foi, sem dúvida, um dos intelectuais que mais se voltou para o mundo grego. Em sua peça, A morte de Empédocles (inacabada e escrita entre 1797 a 1799). O autor aborda o trágico marcado pela oposição, pela tentativa de união de elementos antagônicos. O texto acima trata sobre a peça A Morte de Empédocles. Diante disso, com base em seus conhecimentos de tragédia em Hölderlin, avalie as afirmações a seguir considerando (V) para verdadeiro e (F) para falso. I - Para Hölderlin, para que haja o trágico, necessariamente, deve haver o conflito. II – Na obra citada no texto base, o sofrimento do herói ocorre justamente por ele não ser um deus, mas um homem; sofre por não estar ligado à totalidade, mas é vinculado à sua existência passageira. III – Hölderlin aborda em suas obras a visão de totalidade unitária, o absoluto livre de opostos. Isso faz com que ele seja um dos maiores idealistas. As afirmações I, II e III são respectivamente. Alternativas Alternativa 1: V, F, V Alternativa 2: , F, V Alternativa 3: V, F, F Alternativa 4: V, V, F Alternativa 5: F, V, F
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TEXTO I O romantismo alemão, levantou-se contra a principal bandeira iluminista: a valorização exacerbada da razão. O romantismo carregava a experimentação como uma de suas principais características. Ou seja, essa filosofia não compreende o homem como um ser acabado, mas submerso em incertezas e em incompletudes. O sujeito romântico se volta para a sua interioridade, incluindo seus sentimentos, paixões e angústias, por exemplo. Entretanto, essa volta a si mesmo não significa uma preocupação relacionada à elaboração de um conhecimento científico. Elaborado pelo professor. TEXTO II Na figura acima, é apresentado o quadro Caminhante sobre o mar de névoa, de Caspar David Friedrich. Esse quadro é um grande símbolo do romantismo alemão, pois encontramos um solitário contemplando uma imponente natureza alpina a sua frente. Com base em seus conhecimentos sobre o Romantismo Alemão, avalie a afirmações a seguir. I - O artista é um demiurgo e carrega uma força inata que o permite decifrar, intuitivamente, a própria natureza. II - A natureza funciona de maneira independente do seu criador. Ela tem existência em si mesma. III - O gênio romântico é um ser capaz de encontrar dentro de si o próprio impulso criador, o que há de divino no homem. IV – O artista não se diferencia do homem comum, afinal a vastidão da natureza está aberta para todos. É correto o que se afirma apenas em: Alternativas Alternativa 1: I e II Alternativa 2: I e III Alternativa 3: II e IV Alternativa 4: I, II e III Alternativa 5: I, III e IV
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"A entrada e estabelecimento de imigrantes no Brasil desde 1808, data da abertura dos portos ao comércio com as nações amigas, foi um dos grandes acontecimentos da História do país" (CAMPOS, 2015, [s.p.]). Nos últimos anos, o Brasil vem recebendo uma onda migratória de vários locais. São sul-americanos, como os bolivianos, empregados em pequenas indústrias de roupas no Sudeste, que são explorados e submetidos a trabalhos análogos à escravidão, os colombianos, que cruzam as fronteiras fugindo dos conflitos armados de seu país natal, e os venezuelanos, que fogem da crise política e econômica. Tanto os colombianos, bolivianos, como os venezuelanos sofrem além do processo de refúgio, com estigmas dos mais variados tipos. Fonte: ​CAMPOS, G. B. de. Dois Séculos de Imigração no Brasil: a construção da imagem e papel social dos estrangeiros pela imprensa entre 1808 e 2015. 2015. 545 f. Tese (Doutorado em Comunicação e Cultura) — Escola de Comunicação, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2015. Assinale a alternativa que apresenta a principal causa da hostilização contra imigrantes sul-americanos: Alternativas Alternativa 1: O principal motivo é a influencia da mídia que corrobora com a demonização dos imigrantes, como povos inimigos ou violentos. Alternativa 2: O principal motivo é a xenofobia e as características étnicas, visto que são povos de traços nitidamente indígenas, o que mostra a aversão da sociedade brasileira a esses povos. Alternativa 3: O principal motivo é o étnico, visto que são povos negros e de fortes traços africanos, fruto da colonização sistêmica do continente sul-americano por povos escravizados do continente negro. Alternativa 4: O principal motivo é político, visto que os governos dos países de origem dessas populações são de caráter ditatoriais, o que entra em choque com os ideais brasileiros acerca de democracia. Alternativa 5: O principal motivo da hostilização é econômico, pois, como são grupos de alta mão de obra especializada, garantem espaço no mercado de trabalho automaticamente, ao contrário dos brasileiros, que se encontram sem formação especializada.
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“Aristóteles concebe a natureza como dotada de uma finalidade, um telos, considerando o ser humano como parte da natureza. Essa finalidade consiste em que cada coisa que pertence à natureza deve realizar o seu potencial; por exemplo, uma semente se transforma em árvore, um ser humano busca realizar-se plenamente em sua vida e em suas atividades. O processo de realização do próprio potencial, no caso dos objetos naturais, é imanente a eles mesmos, está inscrito em sua própria natureza e, dadas as condições adequadas, isso ocorrerá. No caso do ser humano, isso dependerá das decisões corretas que este tomar...” Com base no trecho sobre o fundamento de Aristóteles em relação à natureza e o homem, analise as afirmativas a seguir: I. A concepção aristotélica inclui o ser humano como parte do todo, sem exaltá-lo como superior, fazendo-o como uma parte de uma complexa relação de elementos e criaturas cumprindo com suas condições inatas. II. A concepção aristotélica concede ao ser humano certa inocência, pois, até que este tenha atingido um bom nível de amadurecimento, dificilmente, será responsabilizado pelos seus atos, por carecer de consciência apurada sobre si mesmo. III. A concepção aristotélica concebe que cada coisa tem um objetivo e propósito, ou seja, que cada criatura ou coisa tem um papel importante na economia dos ecossistemas, contribuindo com a manutenção do equilíbrio natural, mesmo o ser humano que goza de certa liberdade em relação ao seu modo de agir. IV. A concepção aristotélica afirma que a natureza, em si, é capaz de se autogerar, por estar mais ligada aos fenômenos sensíveis em si, ou seja, responde aos estímulos externos, enquanto o ser humano, além disso, tem a capacidade de refletir sobre a qualidade de suas ações, o que lhe implica um desenvolvimento distinto. É correto o que se afirma em: Alternativas Alternativa 1: II, apenas. Alternativa 2: I e II, apenas. Alternativa 3: III e IV, apenas. Alternativa 4: I, III e IV, apenas. Alternativa 5: I, II, III e IV.
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“A humanidade tem utilizado indiscriminados poderes sobre os valores da natureza. Isso ocorre porque as necessidades do ser humano são ilimitadas, enquanto os bens da natureza são limitados. Assim, o meio ambiente acaba se inserindo dentro das disputas econômicas. Não se pode mais falar em desenvolvimento econômico sem se valer do meio ambiente para tal; é necessário ter acesso aos recursos naturais”. Considerando o contexto apresentado sobre a exploração dos recursos e sua finitude, analise as afirmativas a seguir: I. A configuração do meio ambiente como um bem natural faz com que sua exploração e seu domínio ocasionem danos tanto nas relações econômicas e no poder entre países como a humanidade e a natureza. II. A ausência de limites por parte dos humanos compromete a capacidade da natureza de se recuperar das explorações, pois, com a industrialização, é possível extrair, com mais velocidade e quantidade, os recursos. III. A configuração do meio ambiente dentro do meio econômico se deve às demandas de tecnologia e indústria, sendo que, em geral, o anseio por tomá-los e extraí-los é maior do que a tomada de consciência perante os impactos causados. IV. A delimitação da natureza como uma fonte de bens monetizáveis permite o enriquecimento de países e, consequentemente, a melhora da qualidade de vida de seus cidadãos, pois, ao explorar ao máximo a natureza, os resultados serão positivos nas mais diversas esferas. É correto o que se afirma em: Alternativas Alternativa 1: I, apenas. Alternativa 2: II e IV, apenas. Alternativa 3: III e IV, apenas. Alternativa 4: I, II e III, apenas. Alternativa 5: I, II, III e IV.
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Para Aristóteles, as impressões sensoriais são a fonte básica de conhecimento; sem elas, não pode haver conhecimento. As percepções trazidas pelos sentidos são primeiramente tratadas pela faculdade da imaginação e são as imagens assim formadas que tornam-se material para a faculdade intelectual. A imaginação é vista como intermediário entre a percepção e o pensamento. É essa parte da alma, responsável por produzir imagens, que possibilita os processos superiores de pensamento. A alma nunca pensa sem uma ‘imagem mental’; a faculdade de pensar pensa em imagens mentais”. SMOLKA, Ana Luiz Bustamante. A memória em uestão: uma perspectiva histórico-cultural. In: Educação & Sociedade, ano XXI, n. 71, 2000, p. 176, 177 Considerando que o papel da imaginação na vida mental é correto afirmar que: Alternativas Alternativa 1: Imaginação é um recurso da memória, e seu lugar na vida mental é suprir as falhas e esquecimentos. Alternativa 2: Imaginação é uma farsa, portanto seu lugar na vida mental é falsificar a realidade afastando a mente da verdade. Alternativa 3: Imaginação é produtora de imagens, portanto seu lugar na vida mental é auxiliar o pensamento na sua formulação. Alternativa 4: Imaginação é um modo de expressão simbólica da realidade, portanto seu lugar na vida mental é representar aquilo que é inacessível à consciência. Alternativa 5: Imaginação e realidade são coisas distintas, portanto seu lugar na vida mental é produzir o devaneio, a ilusão, a fantasia e a fuga da realidade.
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