Apenas para cumprir cota de mulheres, partidos preferem candidatas sem chance de se eleger



8 de agosto de 2016



Segundo pesquisa feita pelo Instituto Patrícia Galvão, o convite dos partidos é feito com um ou dois meses de antecedência das campanhas políticas, mostrando o baixo interesse dos partidos em formar candidatas com chance real de vitória



Por Fernanda Cruz, na Agência Brasil





Pesquisa feita pelo Instituto Patrícia Galvão, organização social sem fins lucrativos voltada à comunicação e aos direitos das mulheres, revela que os partidos políticos brasileiros convidam mulheres para concorrer em eleições apenas para preencher a cota mínima exigida por lei.

O tema foi debatido hoje (8) na capital paulista, no seminário Desafios para a Igualdade de Gênero nas Eleições Municipais de 2016. O estudo foi realizado em 2014 com base em entrevistas com 14 mulheres que concorreram como vereadoras na eleição de 2012. Metade delas conseguiu se eleger.

Segundo a pesquisa, o convite dos partidos é feito com um ou dois meses de antecedência das campanhas políticas, mostrando o baixo interesse dos partidos em formar candidatas com chance real de vitória.

“É preciso se preparar pelo menos um ano antes, tem que preparar estratégia, mostrar a militância. Sou contra decidir ser candidata uma semana antes da convenção, nós temos que desencorajar isso”, disse Jacira Melo, diretora executiva do Instituto Patrícia Galvão.

Entre as razões que levam essas mulheres a aceitar os convites estão a preocupação em ajudar o partido ao qual já são filiadas, além do gosto pelo desafio. As candidatas alegaram ainda o apoio de amigos e familiares, que se comprometem a ajudar na campanha.

De acordo com o levantamento, as candidatas em potencial são engenheiras, advogadas, professoras, policiais, profissionais da saúde ou líderes de movimentos sociais. “As mulheres, em geral, não se veem como candidatas. Antes de se candidatar a cargos eletivos já construíram trajetórias de longa experiência de atuação política, mas não necessariamente partidária”, diz o estudo.



Figurante



A pesquisa mostra que somente no decorrer da campanha as mulheres percebem que entraram em um “jogo em que não deveriam ter entrado”. “Ela passa a ser vista como uma candidata de segunda categoria, de menor importância”, explica Jacira. O estudo mostra ainda que as candidatas mulheres não são vistas pelos partidos como participantes ativas, mas figurantes.

Para reverter esse quadro, conclui o estudo, a mulher precisa se integrar à estrutura do partido e atuar como protagonista. “É essencial frequentar o partido nos espaços de disputa e fazer parte da dinâmica do poder. A disponibilidade para o tempo partidário tem a ver com o tempo masculino na vida pública e privada”, diz a pesquisa.



Disponível em: . Acesso em: 21 maio 2017.



Com base no texto lido sobre a cota mínima para mulheres nos partidos políticos, assinale a alternativa correta:

Escolha uma:
a. Apesar da existência dessa cota, o ambiente ainda é monopolizado pelos homens, que muitas vezes se valem de diferentes artifícios para colocar a mulher em um lugar secundário na política. Correto
b. Todos os políticos homens se empenham muito na busca por mulheres que possam se engajar efetivamente na luta política.
c. As mulheres não gostam de política, pois se trata de um ambiente mais apropriado para homens.
d. A determinação da cota mínima para mulheres nos partidos políticos está em discussão para ser ampliada devido à intensa procura pela ocupação das vagas.
e. A cota mínima de mulheres nos partidos políticos tem sido uma medida efetiva na ampliação da participação feminina na vida política do país.
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