"Orfeu, quando criança, não suportava o barulho do mundo. Pelos arredores do Monte Parnaso saiu em busca de um lugar verdadeiramente silencioso. Cansado e irritado por não encontrar tal lugar, foi ao templo de Delfos consultar mulheres com poderes proféticos, Pítia e as sibilas. Interrogou-as, por meio de gestos, e confirmou o que intuía: o silêncio pleno não existe. Em vez de esquivar-se do caos sonoros em que estava imerso, precisava Orfeu atentar-se a todo ruído do planeta. Primeiro, tinha que escutar os sons do próprio corpo, pulsação, respiração, soluços do desejo. Depois, o som de todos os outros seres vivos e, finalmente, o som das sociedades, o barulho das cidades, das guerras, dos discursos (esses últimos costumam silenciar os outros). Somente depois de abraçar o alvoroço sonoro do mundo que Orfeu pôde soltar a voz em sonoridades intensas, propagar a emoção pelas canções ou pela linguagem (Fonte: Disponível em: . Acesso em: 08 jan. 2018).
Lista de comentários
As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I.
Resposta:
ESTÁ CORRETO
Explicação:
As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I.