[...] Meu carro corta com esforço a geleia modorrenta em que o ar se transformou nesse verão. Um casal de adolescentes começa a atravessar a rua, de mãos dadas, à minha frente. Fora da faixa. Eles dão uma olhada para o meu carro, de leve, calculando. A garota faz menção de apressar o passo, o garoto a dissuade com um olhar de esguelha e, talvez, um sutil aperto na mão. Eles seguem seu ritmo, lento, rumo à outra calçada. [...] Percebo então que quem atravessou a rua à minha frente não foi um casal de adolescentes, foi a adolescência. E quem freou o carro não fui eu, mas a idade adulta. Pois é assim que a adolescência lida com o mundo. Não capitula, arrisca, peita. "Imagina se eu mudo meu ritmo, o mundo que se acostume a ele!", e porque os adolescentes têm um anjo protetor dos mais poderosos ou, pelo menos, uma sorte do tamanho de um bonde, acontece de chegarem, quase sempre, sãos e salvos do outro lado da rua. Já a idade adulta pondera, põe o pé no freio quando convém, faz concessões, dirige afinada com a sinfonia dos outros, dentro dessa outra geleia modorrenta cujo nome, hoje, soa tão adolescente: sistema. E por isso me irrito, porque ali, naquela rua, diminuindo meu ritmo, me percebo velho, adequado, apascentado. Eles vão no ritmo deles, a realidade que se vire, e é assim, distraídos, que mudam o mundo. (Meio intelectual, meio de esquerda. São Paulo: Editora 34, 2010. p. 107.) Um conflito corriqueiro entre motorista e pedestre leva o narrador a refletir sobre as fases da vida. O fato que provoca essa reflexão é:
Responda
Leia o texto a seguir: “Com o passar do tempo, a sociedade brasileira começou a se transformar. O crescimento da economia cafeeira e o surto industrial (1850-1880) mudaram o cenário do país, particularmente na Região Sudeste. Cidades cresciam, outras surgiam. Progressos urbanos se avolumaram: bondes, iluminação a gás, praças, chafarizes, hotéis, teatros, bibliotecas, confeitarias, lojas em estilo parisiense, etc. As ferrovias diminuíram as distâncias e aumentavam o intercâmbio de mercadorias e ideias. A sociedade tornava-se mais heterogênea. Nos centros urbanos, surgiam novos bairros, novas moradias (palacetes e cortiços), as atividades profissionais se multiplicavam (operários, condutores de bondes, ourives, relojoeiros, tipógrafos, caixeiros, pedreiros, serralheiros, etc).” Disponível em:< http://goo.gl/QC3pGs.> Acesso em: 04 abr. 2015. Ao analisar aspectos da sociedade brasileira durante o Período Imperial, o texto procura destacar que A. a diversificação da configuração social brasileira é um processo histórico que deve ser dissociado da modernização econômica do país. B. a modernização econômica do Brasil, ligada à produção cafeeira e ao crescimento das indústrias no país, contribuiu para a formação de uma sociedade mais heterogênea. C. o Brasil se industrializou intensamente durante o Período Imperial, transformando-se em uma nação majoritariamente urbana. D. o século XIX foi o período em que a sociedade brasileira conseguiu superar seus principais antagonismos sociais, sobretudo por causa da modernização da economia.
Responda
QUESTÃO 1 Leia os textos a seguir. “Julgarmos propícia esta ocasião para afirmar, como um princípio que afeta os direitos e interesses dos Estados Unidos, que os continentes americanos, em virtude da condição livre e independente que adquiriram e conservam, não podem mais ser considerados, no futuro, como suscetíveis de colonização por nenhuma potência europeia […]” (Mensagem do Presidente James Monroe ao Congresso dos EUA, 1823) Disponível em:< http://goo.gl/WcksoL.> Acesso em: 05 abr. 2015. “É impossível que as potências aliadas estendem seu sistema político a qualquer porção de qualquer continente sem por em perigo nossa paz e nossa felicidade; ninguém tampouco acreditará que nossos irmãos do Sul, entregues a si mesmos, o adotem voluntariamente. É também impossível, portanto, que consideremos tal intervenção com indiferença”. MONROE, James. Citado por KARNAL, Leandro et al. História dos Estados Unidos: das origens ao século XXI. São Paulo: Contexto, 2008. p. 106. Os discursos proferidos pelo presidente James Monroe evidenciam que o governo estadunidense A. objetivava estender seu domínio político e econômico aos países americanos, deslocando seu eixo de dependência da Europa para os EUA. B. pretendia alinhar seu governo aos ideais políticos e econômicos dos países europeus para que, junto com eles, controlassem os países americanos. C. pretendia assegurar com sua política a autonomia dos interesses dos países do continente americano, preservando sua soberania nacional. D. procurava garantir formas de desenvolvimento aos países americanos para que eles integrassem ao mercado internacional.
Responda
QUESTÃO 2 Os antagonismos entre os Estados do norte e do sul dos EUA, às vésperas da guerra civil, estavam relacionados à questão. A. econômica, pois o Sul defendia a liberdade, e o norte, o protecionismo B. étnica, uma vez que a população do norte era de origem imigrante. C. religiosa, em razão de o Sul ser católico e o Norte ser protestante. D. trabalhista, devido ao fato de o Norte ser escravista e o Sul abolicionista. 1 pontos Salvar resposta QUESTÃO 3 Leia o texto a seguir. “O ambiente ficou mais acirrado nos Estados Unidos quando, em 1861, Abraham Lincoln venceu as eleições presidenciais. O novo presidente era um republicano contrário à escravidão ainda praticada no Sul do país. Naquela época, os Estados Unidos eram formados por 24 estados, dos quais 15 adotavam a escravidão como prática legal. Em função da clara diferença de interesses entre os grupos, onze estados defensores da escravidão como elemento dos meios de produção uniram-se e declararam-se independentes do restante do país. A secessão criou um novo país com o nome de Estados Confederados da América. Mais do que nunca, estava declarada a divergência entre as regiões e evidente a fragmentação do país. No dia 12 de abril de 1861, forças armadas representantes dos estados confederados do Sul que haviam fundado um novo país atacaram o Fort Sumter, posto militar dos estados do Norte, na Carolina do Sul. Seria o estopim para o início efetivo de uma guerra.” Disponível em:< http://goo.gl/cYE0Wm.> Acesso em: 05 abr. 2015. Ao analisar o processo que culminou no início da Guerra Civil nos Estados Unidos, o autor do texto A. argumenta que o conflito era uma consequência inevitável do processo de independência. B. denuncia os interesses políticos do Norte como responsáveis pelo início do conflito. C. evidencia que a unificação dos estados americanos era tênue no contexto do conflito. D. procura responsabilizar Abraham Lincoln pelo início do conflito. Responda as duas pfv
Responda
QUESTÃO 4 No contexto pós-abolição da escravidão nos EUA, a Ku-Klux-Klan se caracterizava por ser uma organização que: A. congregava os brancos sulistas para lutar contra a igualdade de direitos B. defendia a migração dos negros para reservas, como as dos indígenas. C. garantia os direitos políticos da população branca e afrodescendente. D. oferecia ao negro a capacitaçao para ingressar no mercado de trabalho 1 pontos Salvar resposta QUESTÃO 5 Leia o texto a seguir. Em meio a esta ideia de predomínio mundial norte-americano, estava também a ideia do destino norte-americano de predominar sobre os povos da América Latina, pois estes estão localizados no mesmo continente e não terem desenvolvido a capacidade de exercer domínio sobre outros povos, o que era sintetizado em "seja forte enquanto faz escravos", frase de propaganda política do século XIX que tinha como principal objetivo demonstrar o quanto a cultura dos EUA era atraente e digna de apreço, fazendo uma imagem de que o país seria o melhor do mundo, com os melhores e mais preparados indivíduos, e, em última instância, fazer com que os cidadãos de outros países passassem a desprezar suas próprias pátrias, adorando o ideal americano de progresso e superioridade. Disponível em: < http://goo.gl/o4jNzC>. Acesso em: 18 jun. 2016. O texto evidencia um dos discursos que marcaram a política internacional dos Estados Unidos da América durante parte do século XIX e que foi chamada de A. Destino Manifesto. B. Doutrina Monroe. C. Política de não-intervenção. D. Política do Big Stick. Responda as duas.
Responda
QUESTÃO 7 Leia o texto a seguir. “Inicialmente constituído por treze estados alinhados ao longo da costa leste da América do Norte, a jovem nação constituía um pequeno país, estendendo-se do Maine à Flórida e horizontalmente entre a costa do Atlântico e o rio Mississipi. Esta pequena nação, porém, logo desenvolve uma filosofia em torno do expansionismo. Tal filosofia concentrava-se em torno da crença de que os habitantes das ex-colônias britânicas haviam sido escolhidos por Deus para exercer uma liderança mundial, sendo que nada nem ninguém poderia impedir este destino. E é assim que [...] esta filosofia [...] serviu de impulso para que os norte-americanos saíssem de suas fronteiras, indo ocupar o vasto e quase inexplorado Oeste.” Disponível em:< http://goo.gl/AWlGHK.> Acesso em: 05 abr. 2015. O texto procura relacionar a expansão territorial estadunidense com a chamada A. Doutrina do Destino Manifesto. B. Doutrina Mahan. C. Doutrina Monroe. D. Política do Big Stick QUESTÃO 10 Leia o texto a seguir. [...] Outras nações estão comprometidas a intrometer-se entre nós [...], num espírito de interferência hostil, com o objetivo declarado de colocar obstáculos a nossa política, dificultando o nosso poder, limitando nossa grandeza e colocando em xeque o cumprimento do nosso Destino Manifesto atribuído pela providência de nos espalharmos pelo continente para o livre desenvolvimento de nossos milhões de cidadãos que se multiplicam anualmente. O’SULLIVAN, John L. Annexation, United States Magazine and Democratic Review,17, n. 1, ago. 1845.p.5-10. Disponível em: . Acesso em: 06 mar. 2014. (Fragmento) A doutrina do Destino Manifesto foi utilizada pelos EUA com o objetivo de A. adequar as pretensões imperialistas dos americanos à ação européia na América. B. articular suas propostas políticas e econômicas às demandas sociais do continente americano. C. legitimar suas pretensões de domínio político, expansão territorial e econômica. D. possibilitar uma integração deste país no cenário político internacional.
Responda
QUESTÃO 6 Leia o texto a seguir: “Descontente, em novembro de 1823, D. Pedro I dissolveu a Constituinte, pois a Constituição que estava sendo elaborada pelos deputados limitava o poder do imperador. Então, D. Pedro I convocou seis ministros e alguns políticos de sua confiança para redigir a nova Constituição Brasileira. D. Pedro I também participou da redação do texto constitucional, garantindo assim a manutenção de seu poder de imperador. A primeira Constituição brasileira foi outorgada por D. Pedro I, em 25 de março de 1824.” Disponível: Acesso em: 04 abr. 2015. O texto procura argumentar que A. a constituição de 1824 evidenciava a coesão política entre os mais importantes setores políticos brasileiros, marcando assim a ruptura definitiva com Portugal B. a constituição de 1824 introduzia no Brasil valores políticos ligados ao liberalismo europeu, sendo uma espécie de resistência às pretensões dos grupos monarquistas no Brasil. C. a independência do Brasil foi consolidada pela constituição de 1824, na qual D. Pedro I articulava interesses de diversos setores da sociedade brasileira. D. a primeira constituição do Brasil após a independência consolidava os interesses da elite política no país, ligada às pretensões centralizadoras de D. Pedro I. 1 pontos Salvar resposta QUESTÃO 7 Leia o trecho a seguir: “A partir de meados de 1830, os fatos se precipitaram. A queda de Carlos X na França e o início da Monarquia de Julho, tida como liberal, repercutiram no Brasil, sendo objeto de discussões até mesmo no Conselho de Estado. Em março de 1831, a temperatura política subiu no Rio de Janeiro. O imperador regressava de Minas Gerais onde fora recebido com a maior frieza. Os portugueses decidiram realizar festejos promovidos pela sociedade secreta da Coluna do Trono para demonstrar-lhe seu apoio. Houve reação dos brasileiros, daí nascendo os primeiros tumultos, que se prolongaram por cinco dias. Os comandantes militares brasileiros de maior prestígio, como os irmãos Lima e Silva, um deles pai do futuro Duque de Caxias, aderiram à revolta. Por fim, Dom Pedro foi forçado a abdicar em favor de seu filho, Dom Pedro II, a 7 de abril de 1831.” FAUSTO, Boris. História concisa do Brasil. São Paulo: Edusp. 2011. p. 85. O historiador Boris Fausto procura argumentar que a abdicação de D. Pedro I A. estava dissociada de processos históricos ocorridos na Europa. B. representava uma unificação da nação, pois muitos estados apoiavam o imperador. C. revelava uma ruptura entre interesses políticos portugueses e brasileiros no Brasil. D. significava a vitória do movimento republicano, que passava a controlar a política no país.
Responda
RESPONDA AS DUAS QUESTOES 3 E 4 QUESTÃO 3 Leia o trecho a seguir. “A independência se fez em nome dos ideais liberais, justificando os interesses dos setores dominantes “criollos” que mantiveram a direção política do processo na América espanhola. Caíam os monopólios reais, abriam-se as linhas de comércio, a economia devia se reger sem a intervenção da antiga metrópole”. PRADO, Maria Ligia. A formação das nações latino-americanas. 18ed. São Paulo: Atual, 1994. p. 17. Ao analisar aspectos da luta pela independência das colônias americanas durante o século XIX, a autora evidencia que A. a emancipação das nações americanas estimulou diretamente o processo de abolição da escravidão que se iniciou no continente. B. a ideia de se construir um continente livre fez com que a nova sociedade rompesse com as estruturas sociais, políticas e econômicas que formavam o sistema colonial. C. o conceito de liberdade regeu a luta pela independência e foi apropriado pela elite local que procurou manter as estruturas que possibilitavam sua permanência no poder. D. a luta pela liberdade foi realizada de modo que unificasse os interesses dos diferentes grupos que participaram dos processos de independência. QUESTÃO 4 Leia o texto a seguir. “É vital reconhecer, portanto, que no 7 de setembro de 1822, nas margens do Ipiranga, nos arredores de São Paulo, quando D. Pedro, herdeiro do trono português, gritou ‘Independência ou Morte’, estava exagerando. A questão, em setembro de 1822, não era certamente a “morte” e, apenas indiretamente, a ‘independência’. O Brasil havia sido independente para todas as intenções de propósitos, desde 1808: desde 16 de dezembro de 1815 fazia parte de um reino unido, em pé de igualdade com Portugal. O que estava em jogo, no início da década de 1820, era mais uma questão de monarquia, estabilidade, continuidade e integridade territorial do que revolução colonial”. MAXWELL, Kenneth. Por que o Brasil foi diferente? O contexto da independência. In: MOTA, Carlos Guilherme, (org.) Viagem incompleta. A experiência brasileira. Formação: histórias. São Paulo: Editora SENAC, 2000, p. 186. Ao analisar a declaração de independência do Brasil em 1822, o autor objetiva A. criticar a ação de D. Pedro na medida em que manteve afastado dos interesses brasileiros. B. demonstrar o caráter revolucionário da emancipação política brasileira. C. enaltecer o movimento pela emancipação política brasileira, que rompeu os laços políticos com Portugal. D. apresentar a complexidade dos interesses presentes na luta pela emancipação brasileira.
Responda

Helpful Social

Copyright © 2024 ELIBRARY.TIPS - All rights reserved.