PERGUNTA 1


Mas o ilustre médico, com os olhos acesos da convicção científica, trancou os ouvidos à saudade da mulher, e brandamente a repeliu.


Era o nosso Jacinto. E imediatamente o comparei a uma planta, meio murcha e estiolada, no escuro, que fora profusamente regada e revivera em pleno sol.


Comparando a novela O alienista, de Machado de Assis, ao conto Civilização, de Eça de Queirós:


a) enquanto a literatura machadiana se volta às incertezas das questões humanas, o realismo de Eça se pauta no real. Ambos criticam os excessos da ciência e do progresso, sendo que o conto de Eça redime seu protagonista, enquanto a novela de Machado reserva a ele um destino pessimista.
b) a narrativa de Machado demonstra como a ciência pode responder ao tema universal da loucura; enquanto o conto de Eça demonstra que o progresso não é suficiente para satisfazer as necessidades humanas. Ambos exploram racionalmente, contudo, os estados de alma de seus personagens.
c) (ERRADA) tanto a literatura machadiana quanto o realismo de Eça, nas narrativas analisadas, voltam-se à observação e representação do real, com propósito de condenar os males das sociedades burguesas. Por isso, as duas narrativas reservam aos seus personagens um destino pessimista.
d) enquanto a literatura machadiana se volta à representação da realidade cotidiana e social, o realismo de Eça se volta à sondagem da alma humana. Ambas as narrativas reservam aos seus personagens um destino pessimista, como crítica aos excessos da ciência e do progresso.
e) a investigação dos estados de alma dos personagens é comum aos dois escritores, que na fase final de sua produção abandonam a observação e representação do real. Ambos criticam os excessos da ciência e do progresso.


PERGUNTA 2


Não alcancei a celebridade do emplasto, não fui ministro, não fui califa, não conheci o casamento. Verdade é que, ao lado dessas faltas, coube-me a boa fortuna de não comprar o pão com o suor do meu rosto. Mais; não padeci a morte de Dona Plácida, nem a semidemência do Quincas Borba. Somadas umas coisas e outras, qualquer pessoa imaginará que não houve míngua nem sobra, e conseguintemente que saí quite com a vida. E imaginará mal; porque ao chegar a este outro lado do mistério, achei-me com um pequeno saldo, que é a derradeira negativa deste capítulo de negativas: - Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria.


Pode-se afirmar a respeito do excerto que encerra Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis:


a) neutraliza o exame de consciência da personagem, que teve uma vida atormentada pelo ódio e pela ganância.
b) racionaliza a experiência vivida, o que consiste em uma contradição, uma vez que se trata de um “defunto autor”.
c) imprime um tom pessimista à narrativa, ao rejeitar qualquer possibilidade de redenção do personagem.
d) esclarece o processo sobrenatural que o narrador utilizou para fazer o relato após a morte.
e) (ERRADA) revela a existência de Brás Cubas como exitosa, embora não tenha tido filhos.


PERGUNTA 3

Caminharam a direito, atravessando constantemente o rio, para encurtar caminho. Os primeiros minutos foram o inferno para Teoria. Agora ia melhor. Vencera o primeiro combate, o mais duro. Sabia que vencera mesmo todo o combate. Avançaram distanciados uns dos outros, em fila indiana, por entre as folhas largas de xikuanga, onde vivem os elefantes. O cheiro de elefante era persistente. Pena que não viemos caçar, pensou Ekuikui, o caçador; daria comida por muito tempo. E, ao atravessarem de novo o rio, depararam com uma manada de elefantes. Instintivamente, Ekuikui levantou a arma.


Publicado em 1980, o romance Mayombe, do escritor angolano Pepetela, é uma narrativa que retrata os combates pela independência empreendidos pelo Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA). Considerando o realismo como postura e método, podemos afirmar que:

CORRETA) o realismo antecedeu o movimento e sobreviveu a ele, transformando-se diante das inovações estéticas e ressurgindo com força nas narrativas contemporâneas, caracterizadas pela representação de aspectos do mundo referencial e social.

PERGUNTA 4

Pode-se afirmar sobre o realismo

I. O escritor abandona a subjetividade desmedida dos românticos, em favor da objetividade científica, da impessoalidade.

II. Ao contrário dos românticos, que buscavam no passado os elementos definidores da nação, os realistas vão ater-se sobretudo ao que lhes é contemporâneo, com vistas à análise e à crítica da realidade observada.

III. Diferencia-se do naturalismo ao abrir-se à análise psicológica, particularmente do indivíduo burguês, em detrimento da representação de aspectos coletivos ou sociais.

Estão corretas as afirmativas:

I e II. (CORRETA)

PERGUNTA 5

É correto afirmar, sobre a teoria determinista de Hippolyte Taine, que:

(CORRETA) o ser humano passa a ser analisado e explicado a partir de categorias essenciais como o momento histórico, o meio e a raça. Foi representada sobretudo no naturalismo.
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