Elegância 1, racismo 0 O paradoxo costuma rondar sistemas democráticos. Até que ponto se pode tolerar a intolerância, ser liberal com quem pretende demolir as liberdades, assegurar os direitos dos que não os reconhecem? Em alguns casos, a dúvida se resolve facilmente. Criminaliza-se a tentativa de derrubar pela força um governo legítimo. Atentados terroristas recebem sanções severas, não importando a fundamentação política que possam ter. Nos chamados crimes de opinião, todavia, o debate se toma mais complexo. Poucas coisas são mais repugnantes e estúpidas do que o preconceito racial, e têm sido frequentes manifestações desse tipo nos estádios de futebol Do Reino Unido ao Peru, do Japão ao Brasil, registram-se atos de insulto a jogadores afrodescendentes por parte de alguns (ou muitos) torcedores que estão prontos a aplaudir o jogador negro ou mulato quando estes fazem gols para seus times de dileção. Várias iniciativas se tomam para punir os responsáveis. Uma equipe peruana foi condenada a pagar multa (meros US$ 12 mil) depois de seus torcedores terem emitido gritos de "macaco" para agredir o jogador Tinga, do Cruzeiro. No Brasil, um time gaúcho perdeu nove pontos e foi rebaixado pelo fato de seus fãs terem atirado bananas contra um árbitro. A questão é saber se punições como essas cumprem um papel determinante, pedagógico e civilizatório, no sentido de modificar a mentalidade do torcedor racista. A repressão a um sentimento, por mais odioso que seja, não o desarma. Pode-se desencorajar, pela lei, certos comportamentos que o manifestem de forma explícita. Seu fundo de ressentimento e destrutividade permanece e pode até fermentar, depois de recalcado. Não poderia ser mais educativa — no que teve de superioridade, humor e indiferença — a reação do brasileiro Daniel Alves, que soberanamente comeu a banana que lhe fora atirada. Uma agência publicitária tomou daí a inspiração, a pedido do atacante Neymar, também hostilizado nos campos espanhóis, para campanha contra o racismo. "Somos todos macacos'', diz o slogan, obtendo a adesão de inúmeras celebridades. Torna-se moda, nas redes sociais, divulgar fotos com a fruta em mãos; o insulto se neutraliza, o agressor se desconcerta, o símbolo inverte o sentido. É no campo das formas de expressão que o embate se leva a efeito. Gesto contra gesto, solidariedade contra particularismo, ironia contra estupidez: ainda que essa luta jamais tenha fim, é bom que seu lado mais inteligente tenha, também, as armas mais inteligentes a seu dispor. Nesse texto, o editorialista A) condena as críticas aos atos preconceituosos em estádios, por considerá-las incompatíveis com as liberdades democráticas e o direito de expressão. B) defende a repressão implacável das manifestações preconceituosas, ainda que se atente contra a liberdade de expressão. C) critica o slogan, considerando-o paradoxal ao usar uma expressão preconceituosa para combater o preconceito. D) defende que a escolha das ações contra o preconceito deve levar em conta principalmente a eficácia dos resultados. E) ao defender a validade do “gesto contra gesto”, defende também, implicitamente, as reações violentas.
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Considere o início de uma reportagem em que se argumenta em favor da necessidade da redefinição de uma medida de tempo: Por que é hora de redefinir o que é um segundo – e que mistérios do universo isso pode revelar O segundo é a unidade básica de medida de tempo, da qual dependem muitas outras grandezas. Como você mede a duração de um segundo e por que os cientistas acham que esta medida precisa ser atualizada? Você tem um minuto para falarmos sobre o segundo? A unidade fundamental do tempo, da qual depende a maioria das demais grandezas do nosso sistema de medidas, não sofreu alterações em mais de 70 anos. Mas o avanço da tecnologia indica que está na hora de atualizar e tornar mais precisa a definição do que é um segundo. Esta é a opinião dos pesquisadores do Escritório Internacional de Pesos e Medidas (BIPM, na sigla em francês). Com sede em Paris, na França, o BIPM é o organismo responsável pelo estabelecimento dos padrões internacionais dos sistemas de unidades de medida. Os metrologistas do BIPM, em conjunto com especialistas de vários países, estão se preparando para alterar a forma de medição do segundo. É uma operação bastante delicada, cujo resultado pode ser fundamental para mudar a forma como compreendemos o universo. Todos são recursos persuasivos no texto: A a definição de segundo no subtítulo; a constatação da delicadeza de segundo; as interrogações diretas ao leitor. B o emprego de “por que” no título; as interrogações diretas ao leitor; a referência à opinião do BIPM. C a definição de segundo no subtítulo; a referência aos mistérios do universo; o avanço da tecnologia. D o emprego de “por que” no título; a definição de segundo; a referência aos mistérios do universo.
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Read the text and answer the questions.When cars flyBaby steps toward autonomy...Google, Tesla and Uber − companies that didn’t even exist when Toyota introducedthe Prius, in 1997 − have become major players in the auto industry. Both Google andTesla aim to introduce fully autonomous cars − that is, cars that drive themselves −within the next several years, and Uber recently founded an R&D center (Research andDevelopment) in Pittsburgh with an eye leading to our driverless future.Self-driving cars are expected to be much safer than human-driven ones. But evenif the first robot cars hit the roads in the next few years, most of us probably won’t giveup driving entirely for at least another 15 or 20 years. In the meantime, traditional carswill gradually take over certain aspects of driving.Companies have been adding semiautonomous features to cars since the 1990s −things like adaptive cruise control, which uses sensors to adjust a car’s speed based onthe traffic in front of it, and automated parallel parking. Some cars automatically stop− or at least slow down − if a driver doesn’t step on the brake in time to avoid a collision,and in certain Mercedes-Benz models, the driver will be able to change lanes simply byhitting the turn signal for two seconds (the car will take care of the rest). Within a fewyears, cars may be able to determine when an accident is likely and make adjustmentsto the cabin − moving seats, closing windows, retracting the steering wheel.Available at: . Accessed on: Aug. 7th, 2017. (Adapted.)a) What do Google and Tesla plan to do in the next years?b) Are autonomous cars safer than human-driving cars?c) Will we give up driving as soon as self-driving cars become popular?d) What have manufacturers been doing to traditional cars?e) What will cars be in the coming years?f) Read the infographic, what is the prediction for the future of cars?
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Leia o texto: Stephen Hawking, um dos físicos mais brilhantes do mundo, acredita que a inteligência artificial criada pela humanidade é uma grande ameaça. Ela pode ser a última coisa significativa criada pelos humanos, e servir para a ruína da civilização. O físico em companhia de outros cientistas, como Stuart Russell, Max Tegmark e Frank Wilczek, dizem que os benefícios potenciais desta superinteligência são imensos. Mas não é possível prever o que de mal pode vir quando a tecnologia for mais desenvolvida. Isso pode levar a desastres como vimos em algumas obras da ficção científica, vide O Exterminador do Futuro e a Skynet, Eu, Robô, Inteligência Artificial, entre muitas outras obras. Abaixo você confere na íntegra o depoimento do físico, enviado para o jornal The Independent: “Olhando para o futuro, não há limites fundamentais para o que pode ser alcançado: não há nenhuma lei física impedindo partículas de se organizarem de forma que executem cálculos ainda mais avançados do que os arranjos de partículas em cérebros humanos. Uma transição explosiva é possível, apesar de talvez ser um pouco diferente de um filme: como Irving Good percebeu em 1965, máquinas com inteligência sobre-humana podem repetidamente melhorar o próprio design, ativando o que Vernor Vinge chamou de “singularidade” e o personagem do filme de Johnny Depp chama de “transcendência”. Alguém pode pensar que tal tecnologia pode ser mais inteligente que mercados financeiros, superar pesquisadores humanos, ficar além da manipulação de líderes humanos e desenvolver armas que nem conseguimos entender. Considerando que o impacto de curto prazo da IA depende de quem a controla, o impacto a longo prazo depende [de] se ela pode ser de alguma forma controlada. Então, encarando possíveis futuros de benefícios e riscos incalculáveis, os especialistas certamente vão fazer tudo possível para garantir o melhor resultado, certo? Errado. Se uma civilização alienígena superior nos envia uma mensagem “Estamos chegando dentro de algumas décadas”, nós responderíamos apenas “Ok, ligue quando estiverem por aqui – vamos deixar as luzes acesas”? Provavelmente não – mas é mais ou menos isso o que está acontecendo com a inteligência artificial. Apesar de estarmos prestes a encarar o que potencialmente será a melhor ou pior coisa da história da humanidade, pouca pesquisa séria está sendo feita sobre essas questões fora de instituições sem fins lucrativos como o Centro de Estudos de Risco Existencial em Cambridge, o Instituto do Futuro da Humanidade, o Instituto de Pesquisa de Inteligência de Máquina, e o Instituto de Vida Futura. Todos devíamos nos perguntar o que podemos fazer para melhorar as chances de colher os benefícios e evitar os riscos." (Autor: Flávio Croffi) Assinale o trecho que resume o tema central do texto, apresentando os lados opostos da controvérsia sobre a IA (Inteligência Artificial). A Alguém pode pensar que tal tecnologia pode ser mais inteligente que mercados financeiros, superar pesquisadores humanos [...] B [...] dizem que os benefícios potenciais desta superinteligência são imensos. Mas não é possível prever o que de mal pode vir quando a tecnologia for mais desenvolvida. C [...] não há nenhuma lei física impedindo partículas de se organizarem de forma que executem cálculos ainda mais avançados do que os arranjos de partículas em cérebros humanos. D Se uma civilização alienígena superior nos envia uma mensagem “Estamos chegando dentro de algumas décadas”, nós responderíamos apenas “Ok, ligue quando estiverem por aqui – vamos deixar as luzes acesas”?
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