São velhas e persistentes as teorias que atribuem capacidades específicas inatas a "raças" ou a outros grupos humanos. Muita gente ainda acredita que os nórdicos são mais inteligentes do que os negros; que os alemães têm mais habilidade para a mecânica; que os judeus são avarentos e negociantes; que os norte-americanos são empreendedores e interesseiros; que os portugueses são muito trabalhadores e pouco inteligentes; que os japoneses são trabalhadores, traiçoeiros e cruéis; que os ciganos são nômades por instinto, e, finalmente, que os brasileiros herdaram a preguiça dos negros, a imprevidência dos índios e a luxúria dos portugueses.

Os antropólogos estão totalmente convencidos de que as diferenças genéticas não são determinantes das diferenças culturais. Segundo Felix Keesing, "não existe correlação significativa entre a distribuição dos caracteres genéticos e a distribuição dos comportamentos culturais. Qualquer criança humana normal pode ser educada em qualquer cultura, se for colocada desde o início em situação conveniente de aprendizado". Em outras palavras, se transportar-mos para o Brasil, logo após o seu nascimento, uma criança sueca e a colocarmos sob os cuidados de uma família sertaneja, ela crescerá como tal e não se diferenciam mentalmente em nada de seu irmãos de criação. Ou ainda, se retirarmos uma criança xinguana de seu meio e a educarmos como filha de uma família de alta classe média de Ipanema, o mesmo acontecerá: ela terá as mesmas oportunidades de desenvolvimento que os seus novos irmãos.

LARAIA, R. Cultura: um conceito antropológico. 14. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.

Considerando as informações apresentadas, analise as afirmações a seguir, considerando V para Verdadeiro e F para Falso.


I. Embora muitas crenças de superioridade entre raças humanas estejam incorretas, fica claro que a miscigenação é nociva para o desenvolvimento da sociedade.
II. Indivíduos que são biologicamente inferiores a um determinado grupo podem ser superiores em termos culturais quando comparados àqueles, por isso o preconceito é um erro.
III. Pesquisadores do campo da antropologia afirmam não ser possível estabelecer uma relação direta entre as diferenças biológicas e as diferenças culturais presentes nos variados grupos sociais.
IV. O contexto social sempre será o fator determinante para a formação cultural de um indivíduo, não importando sua origem étnica.

As afirmações I, II, III e IV são, respectivamente:

Alternativas
Alternativa 1:
F, F, V, V.

Alternativa 2:
F, V, V, F.

Alternativa 3:
V, F, V, F.

Alternativa 4:
V, V, V, F.

Alternativa 5:
F, V, V, V.
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