1. Em seu artigo, Cynthia G. Veiga afirma que a difusão da instrução pública elementar, no Império do Brasil, era direcionada aos “aos filhos de uma sociedade mestiça e rude que, por ser portadora dessas características, precisaria ser escolarizada”. Para instruir seus filhos, as famílias da elite branca e proprietária preferiam não levá-los à escola pública. Analise as seguintes afirmações: I. Essas famílias tinham preconceito de raça e cor. II. Havia o temor do contato de seus filhos com alunos de outras classes sociais. III. Considerava-se o ensino privado e individualizado mais eficaz. IV. As famílias mais abastadas residiam fora das cidades em que havia escolas. V. A elite preferia pagar pela instrução, para não onerar o Estado. Segundo o artigo, qual das alternativas abaixo expressaria corretamente as razões para a ausência de alunos brancos e “abastados” na escola pública estatal: São verdadeiras apenas as afirmações I, II e V; São verdadeiras apenas as afirmações II, III e V. São verdadeiras todas as cinco afirmações; São verdadeiras apenas as afirmações I, II e III. São verdadeiras apenas as afirmações IV e V;
São verdadeiras apenas as afirmativas I, II e III.
Explicação:
Em relação à província de Minas Gerais, o censo de 1872 anotava, para um total populacional de 2.039.735 habitantes, 703.952 registrados como pardos e 471.786 como pretos, somando ambos os grupos 57,6% da população total da província (Alencastro, 1997, p. 474). Isso indica uma característica bem mestiçada da população mineira, a quem cabia "civilizar" sua cor pela escola. Pesquisas recentes de história da educação vêm também confirmando a presença de crianças negras e mestiças na escola em outras províncias do país; tais estudos possibilitam ter maior clareza quanto à afirmação do médico José Ricardo Pires de Almeida, autor de um livro de história da educação, escrito em 1889. Afirma ele:
As crianças das classes razoavelmente abastadas não vão à escola pública por que seus pais têm, mais ou menos, o preconceito de cor ou porque temem e, com razão, pela moralidade de seus filhos, em contato com essa multidão de garotos cujos pais os enviam à escola apenas para se verem longe deles algumas horas. Deste modo, estas crianças aprendem melhor e mais depressa do que aqueles que freqüentam a escola pública. (Almeida, 1989, p. 90)
Contudo, foram muitas as tensões para a implantação da obrigatoriedade escolar. Os conflitos podem ser pensados num quadro de embate de representações em que esteve presente um imaginário de sociedade constituída de população rude a ser educada. O entendimento do "outro" como objeto de civilização foi enfaticamente difundido na época, acentuando-se para o Brasil as tensões presentes nas relações interétnicas. Por exemplo, o conhecido político José Bonifácio (1763-1838) registrou em 1813 seu entendimento da população brasileira como um problema para a formação de uma nação, pois "[...] amalgamação muito difícil será a liga de tanto metal heterogêneo, como brancos, mulatos, pretos livres e escravos, índios etc. em um corpo sólido político" (Andrada e Silva, 1998, p. 170).
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Resposta:
São verdadeiras apenas as afirmativas I, II e III.
Explicação:
Em relação à província de Minas Gerais, o censo de 1872 anotava, para um total populacional de 2.039.735 habitantes, 703.952 registrados como pardos e 471.786 como pretos, somando ambos os grupos 57,6% da população total da província (Alencastro, 1997, p. 474). Isso indica uma característica bem mestiçada da população mineira, a quem cabia "civilizar" sua cor pela escola. Pesquisas recentes de história da educação vêm também confirmando a presença de crianças negras e mestiças na escola em outras províncias do país; tais estudos possibilitam ter maior clareza quanto à afirmação do médico José Ricardo Pires de Almeida, autor de um livro de história da educação, escrito em 1889. Afirma ele:
As crianças das classes razoavelmente abastadas não vão à escola pública por que seus pais têm, mais ou menos, o preconceito de cor ou porque temem e, com razão, pela moralidade de seus filhos, em contato com essa multidão de garotos cujos pais os enviam à escola apenas para se verem longe deles algumas horas. Deste modo, estas crianças aprendem melhor e mais depressa do que aqueles que freqüentam a escola pública. (Almeida, 1989, p. 90)
Contudo, foram muitas as tensões para a implantação da obrigatoriedade escolar. Os conflitos podem ser pensados num quadro de embate de representações em que esteve presente um imaginário de sociedade constituída de população rude a ser educada. O entendimento do "outro" como objeto de civilização foi enfaticamente difundido na época, acentuando-se para o Brasil as tensões presentes nas relações interétnicas. Por exemplo, o conhecido político José Bonifácio (1763-1838) registrou em 1813 seu entendimento da população brasileira como um problema para a formação de uma nação, pois "[...] amalgamação muito difícil será a liga de tanto metal heterogêneo, como brancos, mulatos, pretos livres e escravos, índios etc. em um corpo sólido político" (Andrada e Silva, 1998, p. 170).
Resposta:
São verdadeiras apenas as afirmativas I, II e III.
Explicação:
Corrigido