O processo penal deve observar e se limitar pelas garantias constitucionais como a presunção de inocência, e do devido processo.

A par desses princípios e da compreensão do Direito Penal como última ratio, analise o caso a seguir:
​​​​​​​Maria cumpre pena em regime semiaberto e interpôs Agravo em Execução contra decisão que indeferiu a remição de sua pena em razão do estudo (art. 126 da Lei de Execução Penal). O pedido do agravo se limitou a nova análise dos requisitos para a concessão da remição. Em contrarrazões, o Ministério Público emitiu paracer favorável pelo pedido da agravante, concordando com a remição.

Os desembargadores responsáveis pelo julgamento, muito criteriosos e competentes, estudaram todos os documentos que compunham o agravo e decidiram por seu parcial deferimento para conceder a remição pelos dias de estudo e para determinar que Maria regredisse ao regime fechado, porque encontraram nos autos do agravo provas do cometimento de falta grave pela agravante (art. 118, I, Lei de Execução Penal).

Sobre a decisão do Agravo em Execução, assinale a alternativa correta.


A.
A decisão do Tribunal foi acertada porque, além de analisar a questão suscitada pela agravante, sanou falha do Juízo de Execução que deixou de verificar os desdobramentos do cumprimento da pena e a ocorrência de falta grave.


B.
O Tribunal errou ao analisar a questão da falta grave e determinar a regressão do regime, pois a matéria não foi objeto do agravo e ultrapassou os limites do pedido, além de resultar em reformatio in pejus no recurso exclusivo da defesa.


C.
O Tribunal respeitou os princípios constitucionais do processo, pois reformou a decisão do Juízo de Execução que indeferia, sem fundamentação adequada, a concessão da remição da pena a Maria, que tem se dedicado aos estudos.


D.
Embora a análise da falta grave tenha resultado em prejuízo a Maria, o Tribunal julgou o Agravo corretamente porque sanou vícios que ocorreram na execução, sem deixar de implementar o efetivo contraditório no processo.


E.
A decisão proferida pelo Tribunal no Agravo falhou apenas por determinar a regressão do regime antes de encaminhar a questão para análise do Juízo da Vara de Execução Penal, o que importou em supressão de instância.
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As decisões judiciais são classificadas como despachos de mero expediente, decisões interlocutórias e sentenças. Observe o exemplo a seguir e classique a decisão, justificando sua escolha. “A materialidade delitiva está comprovada pelo exame de corpo de delito de fls. 39. Com relação à autoria delitiva, não há muitas considerações a serem feitas, uma vez que o réu confessa ter sido o autor dos golpes que causaram as lesões corporais da vítima. (...) Havendo dúvida fundada, a matéria deve ser submetida à apreciação dos senhores jurados, juízes naturais da causa, que deverão decidir se esse foi de fato o motivo do crime e, em sendo, se pode ser classificado como fútil, desproporcional, de somenos importância. (...) Portanto, há indícios suficientes de autoria e materialidade delitiva, o que autoriza a admissão da acusação, levando-se o réu para julgamento perante o conselho de sentença". Marque a resposta correta. A. Sentença. É ato que põe fim ao processo, com conteúdo decisório e, além disso, resolve o mérito. B. Decisão interlocutória simples. Não trata do mérito, mas põe fim a uma fase do processo e tem conteúdo decisório. C. Decisão interlocutória mista não terminativa. Tem conteúdo decisório, não analisa o mérito e encerra apenas uma fase do processo. D. Decisão interlocutória mista terminativa. Tem conteúdo decisório, analisa o mérito e encerra apenas uma fase do processo. E. Decisão interlocutória mista não terminativa. Tem conteúdo decisório, não analisa o mérito e põe fim ao processo.
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Você provavelmente já ouviu o brocardo latino Dormientibus no succurit jus, que traduzido para o português significa "O direito não socorre aos que dormem". Serve para ilustrar quão importante são os prazos para o pleno exercício do direito e que devem ser obedecidos não só pelo detentor do direito, mas também por aqueles que o operam, magistrados, advogados, promotores, servidores, entre outros. Considere seus conhecimentos acerca dos prazos processuais penais e marque a alternativa correta que corresponde aos prazos no recurso de apelação previstos no Código de Processo Penal (CPP). A. O prazo para interposição do recurso de apelação é de cinco dias e para apresentação de razão e contrarazões o prazo será de oito dias, primeiro ao recorrente e, após, ao recorrido. B. O prazo para interposição do recurso de apelação é de cinco dias e para apresentação de razão e contrarazões, o prazo será de 15 dias, primeiro ao recorrente e, após, ao recorrido. C. O prazo para interposição do recurso de apelação é de dois dias e para apresentação de razão e contrarrazões, o prazo será de dez dias, primeiro ao recorrente e, após, ao recorrido. D. O prazo para interposição do recurso de apelação é de cinco dias e para apresentação de razão e contrarrazões, o prazo será de dez dias, primeiro ao recorrente e, após, ao recorrido. E. O prazo para interposição do recurso de apelação é de dois dias e para apresentação de razão e contrarrazões, o prazo será de cinco dias, primeiro ao recorrente e, após, ao recorrido.
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